Os Territórios Sagrados (In)visíveis: os terreiros de religião afro-brasileira da Tapera e os espaços de resistência e proteção social

Abstract

Este trabalho de conclusão de curso tem como objetivos identificar na comunidade da Tapera, bairro localizado ao Sul de Florianópolis/SC, os terreiros religiosos de matriz africana, lugar de identidade negra e de resistência; analisar de que forma esses territórios “sagrados” realizam atendimentos à população, em particular os relacionados às atividades de cunho assistencial; e, por fim, entender acerca da importância dos Terreiros nos territórios, como lugar de potencialidade e articulação comunitária. Para viabilizar essa proposta partirmos da necessidade de compreender as religiões afro-brasileiras, Candomblé e Umbanda, na comunidade da Tapera, lugares de identidade africana, de pertença, de resistência cultural e proteção social. A diferenciação entre Candomblé e Umbanda e os Terreiros que seguem seus ritos e ainda, desenvolvem ações sociais no território. Para tanto, contamos com as expressões da oralidade, a memória dos dirigentes, suas contribuições na produção de saberes significativos para a sociedade, reforçando o legado deixado pelas gerações de população de origem africana do pretérito. Por fim, procuramos nos atentar para um olhar analítico desses territórios sagrados (in)visíveis, como se configura as práticas sociais e alguns dos exemplos de intolerâncias religiosas, violações vivenciadas pelos praticantes do Axé.

This final paper aims to identify in the community of Tapera, a neighborhood located in the south of Florianópolis/SC, religious terreiros of African origin, a place of black identity and resistance. Analyze how these “sacred” territories provide assistance to the population, in particular those related to care activities, and, finally, to understand about the importance of Terreiros in the territories, as a place of potential and community articulation. To make this proposal viable, we start from the need to understand the Afro-Brazilian religions, Candomblé and Umbanda, in Tapera community, places of African identity, belonging, cultural resistance and social protection. The differentiation between Candomblé and Umbanda and the Terreiros that follow their rites and also develop social actions in the territory. For that, we rely on the expressions of orality, the memory of the leaders, their contributions in the production of significant knowledge for society, reinforcing the legacy left by generations of people of African origin in the past. Finally, we try to pay attention to an analytical look at these sacred (in)visible territories, how social practices are configured and some of the examples of religious intolerance, violations experienced by Axé practitioners.