dc.description | Todos os anos milhares de pessoas são forçadas a deixarem seu país de origem por motivos de guerras, perseguição política, religiosa, dentre outros motivos, sendo vistas não mais como cidadãs, mas refugiadas. Ao fugir de sua terra, um dos principais instrumentos que um povo leva consigo é sua língua, todavia, ao chegar ao país de acolhimento pessoas refugiadas, muitas vezes, são impedidas de utilizá-la, o que os deixa em uma situação ainda maior de vulnerabilidade (ATEEK, 2018). Dados do Comitê Nacional para os Refugiados - CONARE (2018) mostram que no Brasil há 11,231 pessoas reconhecidas como refugiadas, sendo que 36% são de nacionalidade síria e o restante é composto por pessoas de diferentes países. Quando pensamos em refugiados, entendemos que ao chegar ao país de acolhimento além de todas as suas perdas, eles sofrem ainda desafios em sua identidade linguística, logo, o processo de pertencimento passa pela aprendizagem da nova língua, e esta se torna instrumento não apenas de comunicação, mas de resiliência. Assim, após passarmos um período considerável em diferentes países do Oriente Médio realizando trabalhos voluntários relacionado ao ensino de línguas para refugiados, entendemos que a língua tem papel fundamental nos fluxos migratórios. Desta forma, nesta pesquisa, iremos abordar a importância do ensino de português como língua de acolhimento, ressaltando também a necessidade do ensino de línguas adicionais para refugiados. Traremos referenciais teóricos que abordam o tema como Arantes et al (2016), Brasil (2019), British Council (2016) e (2018), relacionando-os a nossa prática com o ensino de línguas para refugiados árabes. Buscamos também investigar a importância das ONG’s e entidades como British Council, que promovem ações de ensino-aprendizagem para pessoas em situação de refúgio e abordar o papel do Brasil na ACNUR. Acreditamos que esta pesquisa pode colaborar para a visibilidade e políticas linguísticas em favor de refugiados, especialmente falantes de árabe, no Brasil. | es-ES |