Relação entre risco, capital e eficiência nas cooperativas de crédito brasileiras

Abstract

Este trabalho buscou evidenciar qual a relação existente entre risco, capital e ineficiência em cooperativas de crédito brasileira abordando as seguintes questões: A exigência de capital regulatório pode diminuir a exposição ao risco de crédito? Qual a relação do capital com a ineficiência da cooperativa de crédito? Os resultados sugerem que os requisitos mínimos de capital impostos pelo órgão regulador não se mostraram, isoladamente, significantes para o controle do risco. O capital está relacionado a maior nível de ineficiência. Cooperativas de crédito menores em proporção de ativos, são menos eficientes do que cooperativas de crédito maiores. Os resultados também mostraram que as cooperativas de crédito brasileiras expostas a maiores níveis de risco são mais eficientes o que pode sugerir a existência de risco moral, que as cooperativas assumem maior risco em busca do crescimento aumentando a carteira de crédito com maior proporção de ativos de alto risco. Os resultados do estudo corroboram a implantação dos requisitos de basileia III que contemplam, além do aumento da quantidade, a qualidade de capital, bem como recomendações de melhores práticas.

This work sought to highlight the relationship between risk, capital and inefficiency in Brazilian credit unions, addressing the following questions: Can the regulatory capital requirement reduce exposure to credit risk? What is the relationship between capital and the inefficiency of the cooperative? The results suggest that the minimum capital requirements imposed by the regulatory body were not, in isolation, significant for risk control. Capital is related to a higher level of inefficiency. Smaller cooperatives in proportion to assets are less efficient than larger cooperatives. The results also showed that Brazilian credit unions exposed to higher levels of risk are more efficient, which may suggest the existence of a moral hazard, that cooperatives assume greater risk in pursuit of growth, increasing the loan portfolio with a greater proportion of high-risk assets. The results of the study support the implementation of the Basel III requirements, which include, in addition to increasing the quantity, the quality of capital, as well as recommendations for best practices.