dc.description.abstract | A pesquisa visa analisar o encontro da dança com a Intervenção Urbana dentro do
regime dos editais de financiamento público para arte, apontando para duas
implicações resultantes: o anestesiamento crítico na esfera da arte e o
anestesiamento da experiência no espaço urbano. Ambos fatores colaboram com o
atual processo de espetacularização das cidades e com os jogos de visibilidade e de invisibilidade que existem nos sistemas de dominação. No âmbito das relações
políticas dos modos de fazer-se ver, a dança é abordada sob a perspectiva de um
dispositivo; este, por sua vez, não tem forma, mas é formador. Um dispositivo opera na esfera do poder - que é inseparável da produção de saber - e é composto de enunciados, espaços e práticas. Uma intervenção é propositiva e radicaliza a relação do corpo com o ambiente, do corpo com o próprio corpo e do corpo com demais corpos, simultaneamente - seja a intervenção judicial, clínica, urbana ou
artística. Nestas condições, quais as implicações políticas da relação entre dança, intervenção, cidade e o sistema dos editais como condição para criar? Esta é uma questão que se desenvolve durante toda a dissertação com o intuito de problematizar a institucionalização das relações entre corpo, dança e cidade e
perceber como isto implica na produção de subjetividades e na formação de
“corpografias”. Estando anestesiadas tanto a potência crítica da arte dentro do
sistema dos editais quanto a experiência dos espaços urbanos nos processos de
espetacularização da cidade, resta-nos criar novas condições para a emergência de
novos pensamentos e de novas situações que provoquem possíveis experiências
críticas na relação da dança com a cidade. | |