dc.description.abstract | O sucesso do tratamento endodôntico fundamenta-se na interação de três níveis de fatores: o nível relacionado com as características do indivíduo, os fatores ligados ao órgão dental e os determinantes vinculados aos
fatores do profissional. Este estudo teve como objetivo analisar os fatores preditores a respeito do indivíduo e do dente, que influenciam a sobrevivência de dentes tratados endodonticamente por um endodontista, em um serviço do Uruguai. Metodologia: Estudo observacional, longitudinal, retrospectivo. A amostra foi constituída de 250 tratamento endodônticos realizados a partir da seleção dos casos que apresentaram exames de proservação de tratamento endodôntico, atendidos durante o período de janeiro de 2000 a dezembro de
2015. Características clínicas e radiográficas foram computadas, considerando dados demográficos, fatores sistêmicos, grupo dentário, anatomia, dor, condição pré-operatória e pós-operatória do dente, protocolo de preparo, número de sessões, extensão de material obturador, qualidade da obturação, acidentes e
tempo de proservação e reabilitação pós-tratamento. Os dados foram analisados por métodos de regressão logística multivariável e curva ROC quanto ao potencial de interferir na sobrevivência do dente, considerando nível de significância de 0,05. Resultados: Foi constatado sucesso em 84,8% (212) dos dentes tratados. Dos 15,2% dos tratamentos que apresentaram insucesso, a maior incidência ocorreu em molares (57%), curvatura moderada (92,8%) e 3 canais (50%). 58,8% dos casos foram reabilitados em até 90 dias após a finalização do tratamen to endodôntico. Considerando a variável “grupo dentário”, a probabilidade de sobrevivência é de 4.9 vezes menor nos pré-molares e 1.68 nos molares. No que diz respeito à variável “curvatura”, a moderada tem 5,48 e a severa 17,02 vezes menos probabilidade de sucesso. O fumo diminui em 2,99 vezes a chances de sucesso. Analisando a variável, “reabilitação recategorizado”, o pino tem OR 0,81, as resinas/incrustações 0,2 e as coroas 0, se comportaram como fatores de proteção. O modelo apresentou uma sensibilidade de 86,8%, e uma especificidade de 58,5%. Conclusões: Utilizando a regressão logística os fatores preditores que foram associados a sobrevivência de dentes tratados endodonticamente foram o grupo dentário (pré-molares e
molares), a presença de curvatura severa, o fumo e o tipo de reabilitação dentária. Baseado neste estudo se pode sugerir ao clínico geral maior precaução nos casos de tratamento em dentes com curvatura severa, pré-molares e molares, e pacientes fumantes. Nessas condições o clinico deve considerar a possibilidade de encaminhamento ao especialista em Endodontia. | |