Tesis
AUTOCOMPOSIÇÃO EM PROCESSOS ENVOLVENDO A FAZENDA PÚBLICA: A NECESSÁRIA COMPATIBILIZAÇÃO ENTRE O REGIME PROCESSUAL E O REGIME JURÍDICO-ADMINISTRATIVO
Fecha
2019-07-01Registro en:
ISAAC, G. A. F. Z., AUTOCOMPOSIÇÃO EM PROCESSOS ENVOLVENDO A FAZENDA PÚBLICA: A
NECESSÁRIA COMPATIBILIZAÇÃO ENTRE O REGIME PROCESSUAL E O
REGIME JURÍDICO-ADMINISTRATIVO
Autor
ISAAC, G. A. F. Z.
Institución
Resumen
De nada adianta um país que tem em seu ordenamento jurídico leis em quantidade
razoável se não haver mecanismos que garantam sua aplicação e efetividade. O
Poder Judiciário não deve ser visto como o caminho natural para a resolução de
demandas, ao contrário, outros métodos de resolução e conflitos, autocompositivos
e heterocompositivos, como a mediação, a conciliação e arbitragem, são
considerados como tendência saudável para maior eficiência da distribuição de
justiça. A finalidade precípua do presente estudo é de apresentar uma análise
jurídica sobre a possibilidade de autocomposição em processos envolvendo a
Fazenda Pública, e sua necessária compatibilização entre o regime processual e o
regime jurídico-administrativo afastando quaisquer dúvidas acerca da possibilidade
de a Fazenda Pública utilizar métodos consensuais para solução de conflitos aos
quais faz parte, já que nem todo direito defendido pela Administração Pública é
indisponível, e ainda que o seja, admite-se que soluções a ele conexas sejam
transigidas. No primeiro capítulo apresenta-se o acesso à justiça através de um
Tribunal Multiportas. Encontram-se contemplados nesse tópico o acesso ao Poder
Judiciário em contrapartida ao acesso á uma ordem jurídica justa e as formas de
heterocomposição e autocomposição que demonstram ser a sentença apenas um
dos métodos adequados contemplados por nosso ordenamento para dirimir
conflitos. No segundo capítulo, desenvolve-se a temática da autocomposição e a
morosidade da justiça, e o problema desta morosidade como resultado da
litigiosidade da partes processuais, bem como a influência do contraditório na
contenção essa litigiosidade. Ainda nesse tópico se tem o enfrentamento da
situação peculiar da Fazenda Pública, a influência dos precedentes na contenção da
litigiosidade e a autocomposição como antídoto a da morosidade da justiça.
Cooperação e boa-fé, princípios elencados na nova legislação processual versus
autonomia da vontade, também integram o debate. No terceiro capítulo, a
autocomposição envolvendo a Fazenda Pública é analisada sobre o enfoque da
autonomia da vontade em contrapartida aos princípios do Direito administrativo da
supremacia do interesse público sobre o privado, a legalidade e a indisponibilidade
do interesse público que não é afetado quando a Administração Pública reconhece e
dá cumprimento ao direito alheio. Apresenta-se ainda, nesse capítulo a deliberação
pela autocomposição como decisão jurídica e os limites condicionantes para
composição do litígio e transação pelo Fazenda Pública. No quarto e último capítulo
há o enfrentamento da necessária compatibilização entre o regime processual e o
regime jurídico-administrativo. Desmistifica-se a ideia segundo a qual a Fazenda
Pública celebra acordos fundada na autonomia da vontade finalizando com a
obrigatoriedade de comparecimento à Audiência de Conciliação prevista no art. 334
do CPC/2015, demonstrando neste subitem a situação peculiar da Fazenda Pública.
Palavras-chave: Autocomposição. Tribunal Multiportas. Métodos adequados de
solução de conflitos. Fazenda Pública. Regime processual versus Regime jurídico
administrativo.