Tesis
Afetividade e Cognição no Uso de Redes Sociais Digitais por Idosos.
Fecha
2019-03-29Registro en:
MARCHI, B. F., Afetividade e Cognição no Uso de Redes Sociais Digitais por Idosos.
Autor
MARCHI, B. F.
Institución
Resumen
Vivemos em uma sociedade conectada em rede pela internet, que é, simultaneamente, uma sociedade cada vez mais envelhecida. Juntos, esses fatores contribuem para que o número de idosos usuários de redes sociais digitais (RSD) aumente significativamente. Desse modo, essa dissertação se propôs a investigar aspectos afetivos e cognitivos envolvidos na utilização dessas redes pelo público mais velho. Foram entrevistadas 26 pessoas, divididas de forma homogênea quanto ao sexo, com idades entre 65 e 74 anos, com no mínimo ensino fundamental completo, que possuíssem smartphones ou computadores e, ainda, tivessem e acessassem RSD. A amostra se deu por conveniência, com base no método bola-de-neve. Os dados foram coletados por meio da realização de entrevistas individuais, a partir de dois roteiros semiestruturados, tendo por referência o método clínico piagetiano. A análise dos dados ocorreu com base na análise de conteúdo, priorizando-se a leitura qualitativa. Os resultados indicaram que os idosos, apesar de não pertencerem a uma geração nativa das tecnologias, estão ativos e participativos em diversas RSD, demonstrando preocuparem-se em acompanhar as evoluções tecnológicas e, assim, sentirem-se pertencentes ao contexto social atual. O WhatsApp apareceu com destaque dentre as RSD citadas, sendo tanto a que mais utilizam como a que preferem. Sobre as ações que desenvolvem, os entrevistados indicaram a troca de mensagens e arquivos multimídias, leitura de notícias, trabalho e felicitações a aniversariantes. Verificou-se que o elemento que mais os motiva a ter e acessar as RSD é a comunicação, e que o uso delas pode favorecer relações sociais e afetivas, contribuindo para um envelhecimento mais positivo. Os participantes demonstraram também formar novos laços afetivos e diminuir o sentimento de solidão por meio dessas redes, ampliando seus relacionamentos e a comunicação interpessoal. Esse estudo propiciou, portanto, a compreensão de que o uso de RSD tem potencial para mobilização de aspectos afetivos e cognitivos em idosos e para promoção de desenvolvimento na medida em que atuam como fonte de desequilíbrios ao contrário dos antigos paradigmas da Psicologia, que encaravam a velhice como um período exclusivamente de perdas. Espera-se com esse trabalho contribuir para outras investigações com foco na velhice e nas novas tecnologias a partir da perspectiva da Psicologia do Desenvolvimento. Almeja-se, ainda, que os dados possam servir de subsídios para produções acadêmicas futuras, bem como a políticas públicas.