Dissertação de mestrado
Imuno-expressão de COX-1 e COX-2 em retocolite ulcerativa inespecífica (RCUI): correlação anátomo-clínica
Fecha
2005Registro en:
São Paulo: [s.n.], 2005. 90 p.
epm-20051025131044GARCIA.pdf
Autor
Paiotti, Ana Paula Ribeiro [UNIFESP]
Institución
Resumen
Objetivos: Avaliar a expressão de COX-1 e COX-2, em biópsias e peças cirúrgicas de retocolite ulcerativa inespecífica (RCUI) em comparação com adenocarcinoma colorretal; e correlacionar esta expressão com a evolução clínica e com o padrão de alteração anátomo-patológica dos pacientes. Casuística e Métodos: Foram estudados 46 casos de RCUI do arquivo do Departamento de Patologia da UNIFESP/EPM, de pacientes atendidos no Ambulatório de Doença Inflamatória Intestinal, da Disciplina de Gastroenterologia da UNIFESP/EPM, no período entre abril/1997 e agosto/2003. Para comparação da expressão das proteínas, foram selecionadas 15 amostras controle de pacientes com adenocarcinoma colorretal e 17 amostras de intestino grosso. Empregamos o método imuno-histoquímico da estreptavidina-biotina-peroxidase, utilizando-se os anticorpos anti-COX-1 e anti-COX-2 (Cayman Chemical - USA). Resultados: 56,5 por cento dos pacientes com RCUI eram do sexo feminino e 43,5 por cento do sexo masculino; quanto à raça, 60,9 por cento eram brancos e 39,1 por cento não brancos. A idade média ao diagnóstico foi de 38,8 anos, com tempo de evolução da doença média de 5 anos. Com relação à localização da doença: 41,3 por cento apresentaram a doença como proctossigmoidite, 39,1 por cento pancolite e 19,6 por cento como colite esquerda. Na análise dos parâmetros histopatológicos das 46 amostras, todas apresentaram edema e processo inflamatório crônico; 80,4 por cento exulceração; 54,3 por cento ulceração; 93,5 por cento processo inflamatório agudo; 97,8 por cento presença de eosinófilos; 73,9 por cento abscessos crípticos; 93,5 por cento fenômenos regenerativos; 50 por cento folículo linfóide e apenas 1 caso displasia moderada. Na associação entre sexo e presença de abscessos crípticos e folículo linfóide, foi encontrada entre as mulheres diferença marginalmente significante (p=O,062 e p=O,078). Em relação à raça, pacientes de raça branca apresentaram tendência a ter maior presença de folículo linfóide do que o grupo de não brancos (p=0,073). Os pacientes com RCUI mostraram imuno-reatividade para a proteína COX-1 em células epiteliais em 10,9 por cento dos casos e em células do infiltrado inflamatório em 19,6 por cento. Para a proteína COX-2, houve imuno-reatividade em células epiteliais em 52,2 por cento e em células do infiltrado inflamatório em 50 por cento. Foi observada diferença significante (p=0,026) entre a reatividade de COX-1 nas células do infiltrado inflamatório em relação a graduação dos fenômenos regenerativos. Na comparação dos resultados entre os grupos controle, RCUI e adenocarcinoma colorretal, o grupo RCUI apresentou proporção maior de casos positivos para COX-2 em células inflamatórias (0=001).Conclusões: O método imuno-histoquímico permitiu identificar a presença das proteínas COX-1 e COX-2 em tecidos de cólon e reto de pacientes com RCUI, independente do tamanho da amostra; os doentes com duração mais longa da RCUI apresentaram, proporcionalmente, expressão de COX-2 de maior grau nas células epiteliais; 52,2 por cento dos pacientes com RCUI apresentaram imuno-reatividade para COX-2, valor aproximado ao encontrado nos pacientes com adenocarcinoma colorretal (66,7 por cento).