Dissertação de mestrado
Na berlinda com o drama démodé: Um estudo sobre o drama, o realismo e o naturalismo no teatro brasileiro do século XIX
Autor
Carlos, Ana Paula dos Santos [UNIFESP]
Institución
Resumen
RESUMO
A presente dissertação busca fazer uma reflexão crítica acerca do debate histórico
e estético sobre o que se cogitou chamar de drama nacional no século XIX, tendo
em vista o particular contexto brasileiro de país colonizado. O principal objetivo da
dissertação é a análise de obras da dramaturgia brasileira sob este ponto de vista:
Antônio José ou O poeta e a Inquisição (1836) de Gonçalves de Magalhães; O Juiz
de Paz da Roça (1837) de Martins Pena; Leonor de Mendonça (1846) de Gonçalves
Dias; Sangue Limpo (1861) de Paulo Eiró; O Demônio Familiar (1857) de José
Alencar, Cancros Sociais (1865) de Maria Ribeiro, Gonzaga ou A Revolução de
Minas (1866) de Castro Alves, e O Caboclo (1886) de Aluísio Azevedo. Tomamos
como base a dimensão das lutas de classe em especial entre “senhores” e
escravizados, à medida que nosso objeto é o drama e, como tal, o gênero próprio do
conflito social. De acordo, a nossa base teórica é a concepção em que o drama é a
expressão dos antagonismos sociais e das ações humanas (LUKÁCS, 2011).
Buscamos apreender, portanto, se houve, de fato, uma tradição dramática brasileira
sob a influência da orientação estética romântica, realista e naturalista. O nosso
ponto de partida foi a interrogação se isso ocasionasse um esgarçamento da forma
dramática, ou seja, se no Brasil é possível falar em um teatro pós-dramático. Pois
compreendendo a formação do drama nacional no Brasil imperial e sua
particularidade faria possível avançar futuramente para um estudo nesse sentido. ABSTRACT
The present dissertation seeks to offer a critical reflection on the historical and
aesthetic debate on what is considered the national drama of the 19th century, in
view of the particular Brazilian context as a colonized country. The main objective of
the dissertation consists in the analysis of plays by Brazilian dramaturgs from this
point of view: Antônio José or The poet and the Inquisition (1836) by Gonçalves de
Magalhães; The Justice the Peace in the Countryside (1837) by Martins Pena;
Leonor de Mendonça (1846) by Gonçalves Dias; Clean Blood (1861) by Paulo Eiró;
The Family Demon (1857) by José Alencar, Social Cancers (1865) by Maria Ribeiro,
Gonzaga or The Revolution in the Mines district (1866) by Castro Alves, and The
Caboclo (1886) by Aluísio Azevedo. Our starting point is the class struggles,
especially between “masters” and enslaved, since the drama is a genre of social
conflict. Accordingly, our theoretical basis is the conception that drama is the
expression of social antagonisms and human action (LUKÁCS, 2011). I seek to
understand, therefore, if there was, in fact, a Brazilian dramatic tradition under the
influence of romantic, realistic and naturalist aesthetics that were imported from
Europe. I set out from the question if this would cause a fraying of the dramatic form,
in the sense that it is possible to talk in Brazil about a post-dramatic theater. Because
understanding the formation of national drama in imperial Brazil and its particularity
will make it possible to advance in the future with a study in this direction.