Atividades sexuais ao longo da vida para mulheres com 60 anos ou mais

Abstract

Introdução: A expectativa de vida no Brasil, em 2019, era de 80,1 anos, 31 anos a mais do que em 1940. O avanço da medicina e de tecnologias contribui para vidas mais duradouras e com isso, é importante pensar na saúde dos idosos. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) saúde não é apenas a ausência de doenças, mas sim um estado de completo bem-estar. Dentro disso, está incluída a sexualidade, que apesar de fazer parte de todas as etapas da vida, muitas vezes ainda é negligenciada quando se trata de pessoas idosas. As pesquisas com essa temática são escassas e dois possíveis motivos são o tabu e estigmas da sociedade acerca desse tema. Objetivo: Entender, analisar e mapear as práticas de atividades sexuais em mulheres com 60 anos ou mais. Método: Mulheres com 60 anos ou mais foram convidadas a responderem um questionário online, semiestruturado, com abordagem qualitativa e quantitativa. Nos dados quantitativos foi realizada tabulação das informações e nos dados qualitativos foi realizada análise temática. Resultados e discussão: As participantes demonstraram que, apesar de haver mudanças, práticas sexuais são comuns e desejadas depois dos 60 anos. Mulheres falam mais sobre suas práticas sexuais com as pessoas as quais elas se relacionam, amigos e, em terceiro lugar, apareceram os profissionais da saúde. Considerando que algumas mudanças mencionadas são fisiológicas nota-se a necessidade de que o assunto seja abordado com profissionais da área da saúde. Houve menções sobre falta de um parceiro para a prática sexual e sobre dor durante as relações. Mais de 70% das participantes afirmaram que “muitas vezes” ou “sempre” as práticas sexuais foram prazerosas ao longo da vida delas. E entre as mulheres que praticam atividades sexuais, 40% delas pratica pelo menos 1 vez por semana. As participantes relataram que apesar de hoje em dia a sexualidade ser um tema melhor abordado, o caminho ainda é longo em busca da naturalização deste tabu. Conclusão: A sexualidade e práticas sexuais prazerosas mostraram-se presentes no envelhecimento das participantes. Apesar de ainda ser um tabu, as participantes relataram que atualmente o tema está começando a ser abordado. Para muitas delas as práticas sexuais não são exclusivamente entre duas pessoas. As mudanças fisiológicas impactam as práticas sexuais, por isso é de extrema importância o diálogo sobre a temática com profissionais da saúde e a ampliação de estudos sobre práticas sexuais e sexualidade, considerando prazeres e desejos das mulheres.

Introduction: The life expectancy in Brazil, based on data from 2019, was 80,1 years old, 31 years older than back in 1940. The advance in medicine and technology contributed for lifes with longer longivity and with that, it is importante to think about the elderly’s health. According to the World Health Organization (WHO) health is not only the absence of disease, but a complete state of well being. Inside this field, sexuality is included. Although the subject is part of all stages of life, when it concerns the elderly many times it is still neglected. The researches with that theme are scarse and two possible reasons for it are the taboo and stigma present in society around the theme. Aim: To understand, analyze and map the sexual activities practiced by women of 60 years of age or older. Methodology: Women of 60 years of age or older were invited and answered an online questionnaire, semi-estructure with a qualitative and quantitative approach. Graphics were made with the quantitative data. Theme analyzes was performed with the qualititative data. Results and discussion: The participants demonstrated that, althought there are some changes, sexual activities are present and wanted after their 60’s. Women talk about their sexual activities with their partner, friends and in the third place the health care professionals appear. Considering that some of the mentioned changes are physiological the fact that the subject needs to be approached by health care professionals is noticed. There were mentions of the lack of a partner for sexual activity and of pain during intercourse. Over 70% of the participants assert that “many times” or “always” sexual activities have been pleasent troughout their lives. Among the women that are sexualy active, 40% of them have intimate relations at least once a week. The participants reported that despite sexuality being a better addressed topic today, there is still a long way to go towards the naturalization of this taboo. Conclusion: Both sexuality and pleasent sexual activities are present during the aging process of the participants. Although the subject is still a taboo, the participants reported that lately the theme is beggining to be approched. For many of them sexual activities are not exclusive between two people. The physiologicals changes have an impact on the sexual activities, that is why it is extremely important to talk about the theme with health care professionals and to expand studies about sexual activities and sexuality, considering pleasures and desires of women.