Dissertação de mestrado
Efeitos da desepitelização na morfologia corneana antes e após ceratectomia fotorrefrativa: estudo comparativo entre a desepitelização mecânica e com etanol 50%
Fecha
1997Registro en:
São Paulo: [s.n.], 1997. 83 p.
epm-015130.pdf
Autor
Helena, Marco Cezar [UNIFESP]
Institución
Resumen
A realizacao de uma desepitelizacao corneana adequada antes da ceratectomia fotorrefrativa (PRK) e importante porque diversos fatores relacionados a este procedimento, como o nivel de hidratacao estromal, trauma tecidual e regularidade da area de desepitelizacao podem afetar o resultado final da cirurgia. Diversas tecnicas de desepitelizacao foram descritas e avaliadas, mas nao ha estudos comparativos das mesmas quando associadas a PRK. Nos comparamos a desepitelizacao mecanica a desepitelizacao com etanol a 50% quanto a seus efeitos agudos na morfologia corneana em olhos submetidos a PRK e controles. Quatorze coelhos foram submetidos a desepitelizacao corneana com uma lamina de bisturi no olho esquerdo e, 24 horas mais tarde, no olho direito. Outros quatorze coelhos foram submetidos a desepitelizacao corneana usando-se etanol a 50%. Metade dos olhos de cada grupo foi submetida a PRK imediatamente apos a desepitelizacao. Foram realizadas medidas paquimetricas antes e apos cada procedimento nos olhos esquerdos e foram determinadas as densidades de ceratocitos e neutrofilos por um sistema digital de analise de imagens e microscopia optica. O numero de ceratocitos diminuiu (P<0,001), tendo a espessura corneana (P<0,001) e o numero de neutrofilos aumentado (P<0,001) em todos os especimes 24 horas apos os procedimentos cirurgicos. De uma maneira geral, o grupo de desepitelizacao quimica apresentou maior perda de ceratocitos (P<0,001) e tendeu a apresentar maior aumento da espessura corneana (P<0,03) que a tecnica mecanica neste intervalo. Nao se observaram diferencas significantes entre os grupos quanto a densidade de neutrofilos nos especimes nao submetidos a PRK em qualquer momento (P>0,90). Nos especimes submetidos a PRK, porem, o grupo de desepitelizacao mecanica tendeu a apresentar maior densidade de neutrofilos que o grupo de desepitelizacao quimica 24 horas apos o procedimento (P=0,04). A desepitelizacao com etanol a 50% causa maior perda de ceratocitos e maior edema corneano, mas menor inflamacao que a desepitelizacao com bisturi 24 horas apos PRK em coelhos. O maior edema e a maior perda de ceratocitos observados no grupo de desepitelizacao quimica sao sinais sugestivos de citotoxicidade do etanol, cujos efeitos em longo prazo sao desconhecidos. Por outro lado, a menor infiltracao de neutrofilos induzida por esta tecnica pode potencialmente aumentar o conforto e diminuir a intensidade da resposta cicatricial dos pacientes apos a PRK. Antes, porem, que a desepitelizacao com etanol diluido possa ser utilizada clinicamente em olhos humanos, estudos adicionais sao necessarios para aperfeicoamento do metodo e determinacao de sua seguranca