Trabalho de conclusão de curso de graduação
Conhecimentos de enfermeiros pediatras sobre delirium em pediatria
Autor
Orrú, Isabela Gonçalves [UNIFESP]
Institución
Resumen
INTRODUÇÃO: O delirium pediátrico é um agravo que pode estar associado às condições
clínicas e terapêuticas empregadas às crianças, podendo se manifestar durante a hospitalização em
unidades de cuidados intensivos e até mesmo após a transição para o cuidado intermediário.
OBJETIVO: Verificar o conhecimento de enfermeiros pediatras, não intensivistas, sobre delirium
em pediatria. MÉTODO: Estudo descritivo realizado de forma virtual com enfermeiros pediatras,
que aceitaram participar da pesquisa por meio da concordância com o termo de consentimento
livre e esclarecido, após aprovação dos méritos éticos. Foram estudadas variáveis relacionadas à
identificação, caracterização e nível de conhecimento dos participantes, acerca do delirium
pediátrico. Após a avaliação do conteúdo do instrumento de coleta de dados por três
pesquisadores, o questionário foi adaptado ao formato eletrônico e encaminhado aos participantes.
Os dados foram armazenados em planilha eletrônica e analisados segundo estatística descritiva.
RESULTADOS: A amostra foi composta por 34 enfermeiros, com média de idade de 33 anos. A
maioria deles atuava nas regiões Sudeste (52,9%) do país, tendo como maior grau de formação a
especialização (44,1%), tempo de formação de 6 a 15 anos (38,2%), tempo de atuação em
pediatria de 1 a 5 anos (38,2%), em instituições públicas (64,7%). Da totalidade, 64,7% dos
participantes consideram seu conhecimento acerca do delirium pediátrico como pouco ou nenhum,
sendo que 26,5% alegam não terem recebido informações sobre o tema em nenhuma ocasião. Em
relação a vivências e informações sobre delirium, 88,2% acreditam que não é uma condição que
ocorra somente durante a terapia intensiva, 44,1% afirmam que já cuidaram de crianças com
delirium, 97,1% acreditam que a identificação do delirium não é de responsabilidade única do
médico e que o diagnóstico do delirium não depende exclusivamente do psiquiatra para ser
validado (52,9%). Em relação a instrumentos para rastreio do delirium foram indicadas algumas
escalas não validadas para a população pediátrica. Quanto ao conhecimento sobre delirium, 47,1%
julgaram verdadeira afirmativa incorreta referente a definição do delirium, 41,2% não sabiam
sobre a classificação do delirium, 79,4% afirmaram que a desatenção, a diminuição ou aumento da
atividade psicomotora e a desordem no ciclo sono-vigília. são sintomas do delirium, 64,7%
disseram que os pais das crianças desempenham um papel importante na identificação do
delirium. Dentre fatores predisponentes para o desenvolvimento do agravo 76,5% assinalaram o
uso de benzodiazepínicos, medicamentos anticolinérgicos e tempo prolongado de internação na
terapia intensiva. Quanto a medidas que podem ser utilizadas na prevenção e manejo do delirium,
91,2% assinalaram que proporcionariam um ambiente calmo e tranquilo. Cerca de 82,4% dos
participantes consideram o conhecimento a ferramenta mais útil na prevenção e tratamento do
delirium. CONCLUSÃO: O conhecimento de enfermeiros pediatras sobre o delirium apresentou
ampla variação, tendendo a falta de informação adequada sobre a temática, fato que pode interferir
no devido reconhecimento do agravo bem como na instituição de medidas de prevenção e
tratamento em unidades de baixo e médio risco.