Tese de doutorado
Avaliação da resposta imune humoral direcionada a fatores de virulência de Escherichia coli produtora de toxina Shiga (STEC) em crianças saudáveis e com Síndrome Hemolítico Urêmica em São Paulo
Fecha
2012Registro en:
São Paulo: [s.n.], 2012. 112} p.
epm-3021514073264.pdf
Autor
Guirro, Mirian [UNIFESP]
Institución
Resumen
O processo infeccioso por Escherichia coli produtora de toxina Shiga (STEC) pode desencadear a sindrome hemolitico uremica (SHU), considerada a principal causa de falencia renal aguda na infancia. Toxina Shiga (Stx) desempenha papel fundamental na patogenese de SHU, sendo que casos graves da doeca associamse principalmente a infeccao por cepas produtoras de Stx2. Outras proteinas desempenham papel importante na patogenicidade, incluindo a adesina intimina e as proteinas secretadas EspA e EspB, as quais contribuem para a ocorrencia de lesoes caracterizadas como oattaching and effacingo (A/E). As informacoes sobre a resposta imune frente aos fatores de virulencia de STEC na populacao brasileira sao muito limitadas. Neste estudo, ensaios de Western blot foram realizados para analisar a presenca de anticorpos IgG direcionados a esses antigenos no soro de 13 criancas diagnosticadas com SHU e em 54 criancas saudaveis do municipio de São Paulo. Alem disso, ensaio de oenzyme-linked immunosorbent assayo (ELISA) foi empregado para avaliar a resposta imune direcionada a toxina Stx2. Anticorpos contra a subunidade A de Stx2 A foram detectados em todos os pacientes com SHU e em 34 criancas saudaveis (62.9%), sendo que esses resultados foram obtidos por WB. Nao foram detectados anticorpos direcionados unicamente a subunidade B. A frequencia de IgG contra ambas as subunidades ou somente contra a subunidade A de Stx2 foi significativamente maior nos pacientes SHU comparativamente as criancas saudaveis (p<0.05). Resultados obtidos atraves de ELISA mostraram que 10 (76.9%) dos pacientes com SHU e 12 (22%) criancas saudaveis apresentaram valores de densidade optica acima do valor de cut-off. Elevada frequencia de IgG direcionada as proteinas EspA, EspB e regiao conservada de intimina foi detectada em pacientes com SHU e criancas do grupo controle, sendo que nao houve diferenca significante entre os grupos. IgG contra a regiao variavel de intimina g foi mais frequentemente observada dentre os pacientes com SHU comparativamente as criancas saudaveis (p < 0.05), sugerindo uma restrita circulacao de cepas expressando intimina g dentre as criancas brasileiras. Dessa forma, o uso deste antigeno pode ser util para fins de diagnostico, podendo ser utilizado como um marcador. Este foi o primeiro estudo sobre a soroepidemiologia de anticorpos direcionados aos antigenos Stx2, EspA, EspB e intimina em criancas brasileiras com SHU. Alem disso, analisou a resposta imune em criancas saudaveis, contribuindo para o entendimento da epidemiologia da infeccao por STEC, alem de auxiliar na analise de ferramentas uteis ao diagnostico de SHU