dc.description.abstract | Objetivo: Observar a influencia da epilepsia induzida pelo modelo da pilocarpina na expectativa de vida de ratos atraves da observacao continua dos animais (24 h/dia) no periodo de 16 meses. Material e Metodos: Foram utilizados ratos machos, albinos, da raca Wistar, procedentes do Bioterio Central da Universidade Federal de São Paulo. Estes animais tiveram condicoes ambientais controladas como ciclo claro-escuro de 12 horas, temperatura constante de 21 °C e livre acesso a agua e comida. Os animais foram pre-tratados com uma injecao subcutanea de metil-escopolamina (1 mg/kg), 30 minutos antes da administracao de pilocarpina (320mg/Kg, ip). Nos animais que entraram em status epilepticus (SE), depois de 5 horas nestas condicoes, foi administrada uma injecao ip de diazepam (1mg/kg). Os animais que sobreviveram ao SE foram observados 24h/dia ate o obito ou, no maximo, por 16 meses. Os ratos que evoluiram a obito, durante o periodo de estudo, tanto controles quanto experimentais, tiveram seus orgaos retirados e encaminhados ao laboratorio de patologia da Universidade Federal de São Paulo, onde foram processados e corados com hematoxilia e eosina para analise e diagnostico das possiveis alteracoes que os levaram a morte. Os animais que tiveram sobrevida maior que 18 meses tiveram seus cerebros analisados, por estudo histologico, com as coloracoes de Neo-Timm e Nissl. Resultados: Os animais apresentaram um tempo de latencia para primeira crise espontanea que variou entre 7 e 58 dias. A frequencia das crises espontaneas variou entre 8 e 26 crises, em media, por mes, para os animais de menor e maior frequencia, respectivamente. Tais valores de latencia e frequencia de crises nao foram diferentes daqueles previamente encontrados em nosso laboratorio. Considerando o conjunto de animais do grupo experimental, a media das crises respeitou um padrao evolutivo ascendente nos primeiros 10 meses com uma frequencia de 3-6 crises em media por semana que, no 11 ° mes se estabilizou, permanecendo com uma frequencia de 4-5 crises em media, por semana, ate o fim da monitoracao (16 meses de observacao ou 18 meses de vida). Nao foi observada nenhuma relacao entre a expectativa de vida e a frequencia de crises dos animais, tao pouco, com o periodo de latencia para primeira crise recorrente Entretanto, a sobrevida dos animais experimentais foi menor (11.8±5.4 meses de vida) quando comparada aquela do grupo controle (15.5±3.5 meses de vida). No estudo patologico, todos os animais, controles ou experimentais, morreram por uma debilidade sistemica secundaria a um processo infeccioso grave (pneumonia com multiplos abscessos) que, em alguns casos, evoluiu para septicemia. Conclusao: Os animais experimentais tiveram um menor tempo de vida em relacao aos controles. Essa diminuicao do tempo de vida nao esteve relacionada a frequencia ou caracteristicas gerais das crises epilepticas espontaneas. Porem, aparentemente, a causa da morte foi semelhante para os dois grupos, o que nos leva a crer que a epilepsia poderia estar de alguma forma provocando alteracoes fisiologicas nos animais epilepticos antecipando sua morte. Para podermos confirmar essa hipotese e necessario um estudo detalhado das possiveis alteracoes sistemicas decorrentes da propria condicao epileptica responsaveis pela menor expectativa de vida encontrada nos animais epilepticos cronicos | |