Papel da biópsia pulmonar cirúrgica no transplantado renal com doença respiratória

Abstract

The purpose of this study was to assess the role of surgical lung biopsy in determining the specific causative diagnosis in renal transplant patients with pulmonary disease of unknown cause and the complications related to this procedure. We conducted a single-center, retrospective study at Hospital do Rim e Hipertensão. From April 2010 to April in 2014, we included kidney transplant over 18 years-old admitted to the intensive care unit after elective surgical lung biopsy and those who underwent the procedure during admission to the intensive care unit because of acute respiratory failure. Were included 87 patients, 54 (62.1%) were admitted to the ICU after elective surgical biopsy. We obtained a specific histopathological diagnosis in 74 (85.1%) patients, 59 (67.8%) were infection. Fungi were the most common agents (37.9%), but tuberculosis was the most prevalent opportunistic infection (21.8%). Complications occurred in 28.7% of procedures, with persistent air leak being the most frequent (10.3%). A change in therapy was instituted in 46 patients (52.9%). The mortality rate was 25.3%. In the logistic regression analysis, risk factors associated with mortality were age (OR: 1.10 [95% CI: 1.03 to 1.18], p = 0.003), Simplified Acute Physiologic Score score 3 (SAPS 3) (OR: 1.10 [95% CI: 1.07 to 1.29], p <0.001) and the presence of complications directly related to the procedure (OR: 4.98 [95% CI: 1.22 to 20.32] p <0.025). In conclusion, surgical lung biopsy is a procedure that leads to a specific diagnosis in the majority of renal transplant recipients with pulmonary disease. However, it is not a harmless procedures as complications are frequent. Age, severity of disease and the postoperative complications were associated with a higher mortality.

O objetivo deste estudo foi avaliar o papel da biópsia pulmonar cirúrgica na determinação do diagnóstico específico em transplantados renais com doença pulmonar sem causa definida e as complicações relacionadas ao procedimento. Trata-se de um estudo unicêntrico, retrospectivo, conduzido no Hospital do Rim e Hipertensão. Foram incluídos transplantados renais maiores de 18 anos admitidos na unidade de terapia intensiva em pós-operatório eletivo de biópsia pulmonar cirúrgica ou submetidos ao procedimento durante a internação na unidade de terapia intensiva para investigação de insuficiência respiratória aguda, no período de abril de 2010 a abril de 2014. Foram incluídos 87 pacientes, 54 (62,1%) foram admitidos na UTI em pós-operatório eletivo. Evidenciaram-se 74 (85,1%) diagnósticos histopatológicos específicos, 59 (67,8%) por infecção. Os fungos foram os mais isolados (37,9%), porém a tuberculose foi à doença oportunista mais prevalente (21,8%). As complicações ocorreram em 28,7% dos procedimentos, sendo a fuga aérea persistente a mais encontrada (10,3%). Houve mudança no tratamento em 46 pacientes (52,9%). A mortalidade foi de 25,3%. Na análise por regressão logística, os fatores associados à mortalidade foram a idade (OR:1,10 [IC 95%: 1,03 - 1,18], p = 0,003), escore Simplified Acute Physiologic Score 3 (SAPS 3) (OR:1,10 [IC 95%: 1,07 ? 1,29], p < 0,001) e presença de complicações diretamente associadas ao procedimento (OR:4,98 [IC 95%: 1,22 ? 20,32] p < 0,025). Conclui-se que a biópsia pulmonar cirúrgica é um procedimento que leva ao diagnóstico definitivo na maioria dos transplantados renais com doença pulmonar. Porém, não é isenta de complicações. Idade, gravidade do pacientes e complicações do procedimento foram associados à maior mortalidade.