Tese de doutorado
Exequibilidade, segurança e efetividade da videotoracoscopia com anestesia local e sedação sem intubação traqueal.
Fecha
2013Registro en:
São Paulo: [s.n.], 2013. 123 p.
epm-4060408265658.pdf
Autor
Oliveira, Alexandre de [UNIFESP]
Institución
Resumen
Introdução: A videotoracoscopia (VT) e o procedimento com maior rendimento diagnostico em cirurgia toracica, eficiente em 95% de suas indicacoes. A anestesia padrao para a sua realizacao e a geral com intubacao traqueal seletiva. Tendo contato inicialmente com pacientes debilitados, surge a proposta de se realizar a VT com anestesia local e sedacao. Objetivo: Avaliar a exequibilidade, a seguranca e o rendimento da VT com anestesia local e sedacao e, se esta combinacao pode ser uma opcao de escolha factivel. Metodo: Estudo prospectivo onde 23 pacientes (14 mulheres e 9 homens, com idade media de 54,5 anos) foram submetidos a VT com anestesia local e sedacao entre 2007 e 2009. Os pacientes do estudo recebiam pre sedacao com midazolan 0,02 mg/Kg intravenoso e eram encaminhados a sala operatoria. Ao serem admitidos na sala de operacao, foram verificados e anotados: a saturacao de oxigenio (Sat O2), a pressao arterial (PA) e a frequencia cardiaca (FC). Apos, foi administrado fentanil intravenoso 1,5 mcg/Kg, momento padronizado como o tempo o0o. Apos o posicionamento do paciente para o procedimento, iniciava-se a infusao continua de propofol 0,05 mg/Kg/min. Foi realizado bloqueio intercostal com lidocaina a 1% nos pontos de Introdução dos trocartes. A cada tres minutos foram obtidos os valores dos sinais vitais ate o fim da operacao. A avaliacao do nivel de sedacao foi obtida a cada nove minutos pela escala de Ramsay. As variacoes da Sat O2, PA e FC durante o tempo do procedimento foram comparadas com o tempo o0o. A exequibilidade foi avaliada pelo numero de casos em que se conseguiu realizar o procedimento e se houve algum tipo de lembranca de dor ou desconforto da operacao. A seguranca foi avaliada pela variacao dos sinais vitais durante a operacao, necessidade de se realizar intubacao traqueal durante o procedimento e a necessidade de pos-operatorio em unidade de terapia intensiva. Apos a analise de toda a amostra, esta foi divida para analise em: genero (masculino e feminino); idade (idosos e nao idosos); pacientes com risco e sem risco cardiovascular; pacientes oncologicos com diferentes niveis de classe funcional ECOG. Resultados: Nenhum paciente teve lembranca de desconforto ou dor da operacao, necessitou de intubacao traqueal ou precisou de pos operatorio em unidade de terapia intensiva. Todos os procedimentos realizados atingiram seus objetivos diagnosticos ou terapeuticos. Houve queda da Sat O2 nos seis primeiros minutos, os pacientes idosos ou com risco cardiovascular apresentaram queda significante (p<0,05) durante a operacao, mas pouco representativa na pratica clinica, pois todos os pacientes permaneceram com niveis satisfatorios de oxigenio durante a operacao, sendo que em nenhum caso foi necessaria a intubacao traqueal. As variacoes da PA apresentaram inicialmente queda significante, mas sem comprometer o procedimento, mesmo nos pacientes idosos ou com risco cardiovascular. As variacoes da FC nao foram significantes, mesmo nos momentos de estimulos dolorosos como a Introdução dos trocartes ou do dreno tubular. Pacientes oncologicos com pior capacidade funcional ECOG, apresentaram queda dos sinais vitais significante durante a operacao em relacao ao grupo com melhor pontuacao. Conclusao: A VT com anestesia local e sedacao e exequivel e segura, pois foi realizada com sucesso em todos os pacientes analisados, sem necessidade de intubacao traqueal, internacao em unidade de terapia intensiva ou obito. O procedimento atingiu seu objetivo em todos os pacientes operados, conseguindo-se o diagnostico ou o tratamento da doenca que gerou a indicacao da VT, podendo ser uma opcao de escolha em pacientes selecionados