Avaliação da ingestão de macro e micronutrientes em indivíduos praticantes de treinamento de força

Abstract

O fisiculturismo é uma modalidade esportiva a qual a performance depende de volume, definição e simetria da massa muscular esquelética, os atletas após meses de treinamento e preparação sobem em um palco e tem seus físicos julgados de acordo com as categorias objetivadas. O treinamento de força aliado com uma dieta adequada são cruciais nesse esporte. Muitas informações sobre alimentação saudável estão facilmente disponíveis nos veículos de comunicação fazendo com que se perpetuem informações que não condizem com a literatura, como a grande importância que é dada a ingestão de proteínas. A adesão a essas condutas tem como consequência a prática de hábitos alimentares escassas de importantes nutrientes que, a longo prazo afetam a performance e a saúde dos indivíduos. Este estudo tem como objetivo avaliar a ingestão de macronutrientes e micronutrientes em homens jovens praticantes de treinamento de força. Dados de recordatórios alimentares e registros alimentares de 59 homens foram analisados do banco de dados do laboratório da Profa. Dra. Daniela Caetano, macro e micronutrientes foram quantificados. Peso foi aferido por uma balança digital e altura por um estadiômetro vertical. No software Multiple Source Method a variabilidade interpessoal foi removida e, os ajustes de energia por uma regressão linear no Excel. Fez-se também a plausibilidade de relato com a necessidade energética estimada. Para as adequações foram usadas as recomendações da Sociedade Brasileira de Medicina Esportiva e Dietary Reference Intake. Foram encontrados valores de ingestão abaixo das recomendações para praticantes de atividade física para energia, carboidratos, ácidos graxos mono e poliinssaturados, fibra alimentar, folato, cálcio, vitamina A, ácido pantotenico, piridoxina, cobalamina, vitaminas K e E. Os nutrientes com valores de ingestão adequado as recomendações foram gorduras totais, tiamina e riboflavina, enquanto proteína, ferro, zinco, niacina, vitamina C e vitamina D foram consumidos acima das recomendações. Observou-se que 91,53% da amostra teve sub-relato. Os resultados mostram que, praticantes de treinamento de força tem hábitos alimentares insuficientes, sobretudo em carboidratos e vitaminas devido ao consumo exacerbado de proteínas, o que pode acarretar em comprometimento da performance.

Bodybuilding is a sport in which performance depends on volume, definition and symmetry of skeletal muscle mass, athletes after months of training and preparation go up on stage and have their physiques judged according to the objective categories. Strength training combined with a proper diet are crucial in this sport. Much information about healthy eating is easily available in the media, causing information that is not consistent with the literature to be perpetuated, such as the great importance given to protein consumption. Adherence to these behaviors results in the practice of eating habits that are scarce of important nutrients that, in the long term, affect the performance and health of individuals. This study aims to evaluate the consumption of macronutrients and micronutrients in young men who practice strength training. Data from food recalls and food records of 59 men were analyzed from the laboratory database, macro and micronutrients were quantified. Weight was measured using a digital scale and height using a vertical stadiometer. In the Multiple Source Method software the interpersonal variability was removed and the energy adjustments by a linear regression in Excel. The plausibility of the report was also made with the estimated energy requirement. For the adjustments, the recommendations of the Brazilian Society of Sports Medicine and Dietary Reference Intake were used. Consumption values below the recommendations for physical activity practitioners were found for energy, carbohydrates, mono and polyunsaturated fatty acids, dietary fiber, folate, calcium, vitamin A, pantothenic acid, pyridoxine, cobalamin, vitamins K and E. Nutrients with values for adequate consumption, the recommendations were total fat, thiamine and riboflavin, while protein, iron, zinc, niacin, vitamin C and vitamin D were consumed above the recommendations. It was observed that 91.53% of the sample had underreporting. The results show that strength training practitioners have insufficient eating habits, especially in carbohydrates and vitamins, due to the exacerbated consumption of proteins, which can result in impaired performance.