Dissertação de mestrado
Uso de protetores auriculares: repercussão nas concentrações de cortisol salivar e no sono de recém-nascidos prematuro
Fecha
2016Registro en:
ARAUJO, Fabricia Magalhaes. Uso de protetores auriculares: repercussão nas concentrações de cortisol salivar e no sono de recém-nascidos prematuro. 2016. 81 f. Dissertação (Mestrado em Enfermagem) - Escola Paulista de Enfermagem, Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, 2016.
2016-0299.pdf
Autor
Araujo, Fabricia Magalhaes [UNIFESP]
Institución
Resumen
INTRODUCTION: Advances in scientific knowledge and technological innovations used in assisting the premature newborn have allowed greater survival of this population. These circumstances can lead to numerous developmental deleterious effects and even cause stress and sleep deprivation. OBJECTIVES: Analyse influence of earmuffs in basal and post intervention salivary cortisol levels in the total sleep time of premature newborns during periods of environmental management in a neonatal intermediate care unit. METHODS: A clinical, randomized, controlled, crossover study conducted in a neonatal intermediate care unit. Sample consisted of 12 premature newborns who met the established inclusion criteria. The use of earmuffs or not was randomized, which allowed the formation of two groups. Data were collected from July 2013 to February 2015, in morning and evening periods during the environmental management of the neonatal unit. Saliva samples of premature newborns were collected before the beginning (basal cortisol level) and at the end (post intervention cortisol level) of the investigated periods. We obtained 48 saliva samples, and salivary cortisol analysis was performed by means of immunoenzymatic method. We used the polysomnograph Alice 5 (Respironics®) and unstructured observation for data collection about sleep. We used parametric tests (t-test dependent and independent), nonparametric (Spearman correlation), linear regression and linear mixed models. The significance level adopted was of 5%, 80% power. RESULTS: Premature newborns were predominantly female (66.7%), with mean gestational age of 32.5 (± 2.1) weeks according to the last menstrual period and mean chronological age of 18.3 (± 6.7) days, average birth weight of 1499.2 (± 330.4)g and current weight of 1635.4 (± 218.7)g. Just over half (58.3%) of newborns' mothers used antenatal corticosteroids and the same proportion of premature newborns received caffeine during hospitalization. We could not identify significant differences between the basal and post intervention salivary cortisol levels in the premature newborns who did not use earmuffs (p = 0.594) and those who did (p = 0.668). However, there was a strong correlation between basal and post intervention cortisol levels in the periods without (p= 0.007) and with (p <0.001) earmuffs. There was no statistically significant difference in total sleep time between the two groups (p= 0.149). Premature infants who did not use the earmuffs had longer sleep periods and when using these devices they had an increase in active sleep (p= 0.033). No relationship was found between basal and post intervention cortisol levels and total sleep time. CONCLUSION: The use of earmuffs did not affect salivary cortisol levels and total sleep time during the environmental management periods, but favored increase in newborns' active sleep time. Reduction in post intervention cortisol levels compared to basal cortisol concentration in both groups revealed that environmental management periods may have favored the decrease in salivary post intervention cortisol levels. INTRODUÇÃO: O avanço do conhecimento científico e das inovações tecnológicas empregadas na assistência ao recém-nascido prematuro possibilitou maior sobrevida dessa população. Essas circunstâncias podem acarretar inúmeros efeitos deletérios sobre o desenvolvimento e até mesmo ocasionar estresse e a privação de sono. OBJETIVOS: Analisar a influência do uso de protetores auriculares nas concentrações de cortisol salivar basal e resposta e no tempo total de sono de prematuros, durante períodos de manejo do ambiente de uma unidade de cuidado intermediário neonatal. MÉTODOS: Estudo clínico, randomizado, controlado, cruzado, conduzido em uma unidade de cuidado intermediário neonatal. Amostra constituiu-se por 12 prematuros que atenderam aos critérios de inclusão estabelecidos. O uso ou não dos protetores auriculares foi randomizado, o que permitiu a formação de dois grupos. Os dados foram coletados entre julho de 2013 e fevereiro de 2015, nos horários de manejo do ambiente matutino e vespertino de da unidade neonatal. Amostras de saliva dos prematuros foram coletadas antes do início (cortisol basal) e ao final (cortisol resposta) dos períodos investigados. Obteve-se 48 amostras de saliva, sendo a análise do cortisol salivar realizada por meio do método imunoenzimático. Utilizou-se o polissonígrafo Alice 5 (Respironics®) e a observação não estruturada para coleta dos dados relativos ao sono. Empregou-se testes paramétricos (teste-t dependente e independente), não-paramétricos (Correlação de Spearman, Wilcoxon), regressão linear e modelos lineares mistos. Adotou-se nível de significância de 5%, poder de 80%. RESULTADOS: Os prematuros eram predominantemente do sexo feminino (66,7%), com idade gestacional média de 32,5 (±2,1) semanas, segundo a data da última menstruação, e média de idade cronológica de 18,3 (±6,7) dias, peso médio ao nascer de 1499,2(±330,4)g e atual de 1635,4(±218,7)g. Pouco mais da metade (58,3%) das mães dos neonatos fizeram uso de corticoide pré-natal e essa mesma proporção de prematuros recebeu cafeína durante a hospitalização. Não se identificou diferença significante entre os níveis de cortisol salivar basal e resposta nos prematuros que não fizeram uso dos protetores auriculares (p= 0,594) e aqueles que usaram (p= 0,668). No entanto, observou-se uma forte correlação entre o cortisol basal e resposta nos momentos sem (p= 0,007) e com (p<0,001) protetores auriculares. Não se evidenciou diferença estatisticamente significante no tempo total de sono entre os dois grupos avaliados (p= 0,149). Os prematuros durante o uso dos protetores auriculares apresentaram aumento de sono ativo (p=0,033), mas sem o uso desses dispositivos tiveram maior tempo total de sono. Não foi observada relação entre as concentrações de cortisol basal e resposta e o tempo total de sono. CONCLUSÃO: O uso dos protetores auriculares não influenciou as concentrações de cortisol salivar e o tempo total de sono nos períodos de manejo ambiental, mas favoreceu o aumento do tempo de sono ativo nos neonatos. A redução das concentrações de cortisol resposta em relação ao cortisol basal em ambos os grupos, revelou que os períodos de manejo do ambiente podem ter favorecido a diminuição do cortisol salivar resposta.