Dissertação de mestrado
A Câmara Municipal e o processo de urbanização de Pindamonhangaba, 1840-1880
Fecha
2021-02-24Registro en:
MORAIS, Brenda Laisa. A Câmara Municipal e o processo de urbanização de Pindamonhangaba,1840-1880. Dissertação (Mestrado em História). Programa de Pós-Graduação em História da Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade Federal de São Paulo, Guarulhos, 2021.
Autor
Morais, Brenda Laisa
Institución
Resumen
Esta pesquisa pretende esclarecer um tema ainda pouco mapeado pela historiografia, a história dos núcleos urbanos do Vale do Paraíba durante o apogeu do café no século XIX. Faremos isso através de Pindamonhangaba, cidade que sofreu marcante transformação no período com investimentos significativos de capital no tecido urbano a partir de 1840. Historiamos esse processo para poder compreender as especificidades e traços, tanto do ponto de vista da arquitetura como das formas de produção do espaço urbano edificado. A riqueza do café foi fundamental para a consolidação de um projeto urbanístico promovido pelas elites que visava cingir a paisagem com construções em conformidade com os estilos arquitetônicos trazidos pelos mestres de obras estrangeiros. Atuando no núcleo urbano estava a Câmara Municipal, dirigindo obras, fiscalizando, fazendo leis. Além das obras públicas, havia os suntuosos palacetes e os novos sobrados e interessa-nos entender em que medida já divulgavam os novos modos de morar. Diante disso, a presente pesquisa tem como objetivo entender como a Câmara Municipal de Pindamonhangaba mediou às transformações do espaço público dentre os anos de 1840, com a construção do cemitério público, até 1880, quando chegou a ferrovia. Pretendemos contribuir com o debate sobre a urbanização no Brasil império, entendendo como foi esse processo na cidade antes da chegada da ferrovia. A Câmara Municipal, composta principalmente por fazendeiros e profissionais liberais, exerceu importante função, como o levantamento de verbas, fiscalização e contratação de mão de obra para a construção do espaço urbano, escravos, arquitetos, trabalhadores não especializados. Ricos fazendeiros decidiram investir suas fortunas em Pindamonhangaba e não em São Paulo ou no Rio de Janeiro, como a maioria fazia. Interessava um projeto de poder simbólico local que acreditamos vale a pena ser esmiuçado.