dc.description.abstract | Os nervos
cranianos emergem do diencéfalo em dez pares, os quais percorrem caminhos distintos entre as
estruturas do crânio, e possuem especializações variadas, restritas à cabeça e pescoço. O nervo
facial, emergente no sulco bulbo-pontino, constitui o sétimo par dos nervos cranianos, sendo
responsável pela inervação da musculatura mímica facial, músculo estilo-hioideo e ventre
posterior do músculo digástrico. Sabendo-se que a segunda causa mais comum de paralisia do
nervo facial é o trauma (acidental ou cirúrgico), totalizando 23% dos casos de paralisia, tornase
importante reconhecer sua localização, trajeto habitual e variações anatômicas, a fim de
preservá-lo na vigência de procedimentos cirúrgicos. Objetivo e Metodologia: O presente
estudo busca avaliar as variações anatômicas do nervo facial e suas implicações em
procedimentos cirúrgicos, a partir de revisão sistemática de 55 artigos originais da literatura,
com levantamento bibliográfico de bancos de dados online (MEDLINE, SCIELO e LILACS).
Resultados: Em sua porção intracraniana, há grande número de variações anatômicas da parte
timpânica do facial dentro do osso temporal, associada a outras estruturas da orelha média,
como os ossículos, delegadas a malformações congênitas. Já na divisão extracraniana, inúmeros
padrões de distribuição de seus ramos (temporal, zigomático, bucal, mandibular e cervical)
foram encontrados, bem como relações variáveis com estruturas regionais, como a glândula
parótida, e diversas anastomoses com outros nervos. Discussão: Foram propostas etiologias
para as variações anatômicas encontradas e enumeração de procedimentos cirúrgicos que
oferecem risco de lesão iatrogênica ao nervo facial, como procedimentos otológicos,
abordagens da parótida, do triângulo submandibular, da região da órbita e ritidectomias.
Conclusão: Infere-se que cada indivíduo apresenta idiossincrasias inerentes ao nervo facial,
complexas, variadas e, por vezes, imprevisíveis. Apesar disso, alguns achados mais frequentes
podem ser destacados, visando fornecer embasamento aos cirurgiões para prevenção de
paralisia facial iatrogênica. | |