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Ocorrência de parasitas gastrointestinais em primatas mantidos em cativeiro no Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS) em Vitória da Conquista, Bahia
Autor
Campos, Eliene
Campos, Eliene
Institución
Resumen
O Brasil situa-se entre os principais países do mundo que comercializam e exportam
espécies da fauna e flora silvestres de forma ilegal. Depois do tráfico de drogas e de armas, o
contrabando de animais representa o terceiro maior negócio ilícito praticado no mundo. Um
dos representantes da fauna silvestre que sofre esse tipo de atividade criminosa são os
primatas. Quando esses primatas são apreendidos pelos órgãos fiscalizadores, como o
Instituto Chico Mendes da Biodiversidade (ICMBIO), muitas vezes esses animais são
destinados a viverem em Centro de Triagem, permanecendo em cativeiro. Na maioria das
vezes, esses primatas compartilham espaços com outros animais silvestres, fazendo com que
aumente a probabilidade de contraírem várias doenças, por exemplo, doenças infecciosas e
parasitárias. Se reintroduzidos, estes animais podem infectar outras espécies silvestres,
causando a disseminação de doenças. Então para que não ocorra contaminação com outros
animais no processo de reintrodução na natureza, é indicado, segundo o ICMBIO que estes
primatas passem por vários exames, um deles é o parasitológico de fezes. Portanto este
trabalho teve como objetivo avaliar os parasitas gastrointestinais de 45 primatas mantidos em
cativeiro no Centro de Triagem de Animais Silvestre (CETAS). Foram analisadas 135
amostras de fezes de 45 primatas três vezes com intervalo de quinze dias das seguintes
espécies: Alouatta caraya, Sapajus libidinosus, Sapajus xantosternosus, Sapajus flavius,
Sapajus robustus e Calicebus nigrifrons pelo método de Direto e Hoffman. Nos animais
avaliados, foram verificadas infecções leves e moderadas por protozoários gastrointestinais
dos gêneros Entamoeba, Cystoisospora e Balantidium. Além da presença de helmintos dos
gêneros Ancylostoma e Strongiloydes. Com o encontro de ovos de helmintos realizou-se a
coprocultura para obtenção de larvas de terceiro estágio. Conforme se pode observar, não são
raras as infecções de primatas não humanos por helmintos e protozoários; diversas espécies
destes parasitos são normalmente encontradas nestes animais, desta forma, a realização de
avaliações periódicas e a realização do tratamento são rotinas que devem ser adotadas nos
Centros de Triagem visando à manutenção da sanidade animal.