Artigo de Periódico
Diarreia nosocomial e outras infecções adquiridas em hospital universitário
Fecha
2011-01Registro en:
R. Ci. md. biol., Salvador, v.10, n.1, p.54-61, jan./abr. 2011
2236-5222
v.10, n.1
Autor
Mesquita, Ana Maria Ribeiro Cardoso
Rodrigues, Jorge Luiz Nobre
Mesquita, Vicente de Paulo
Lima, Noélia Leal
Lima, Aldo Ângelo Moreira
Institución
Resumen
OBJETIVO – Determinar a incidência e a etiologia da diarreia nosocomial e comparar sua ocorrência com outras infecções
hospitalares em pacientes internados na Hematologia. MÉTODOS – Estudo prospectivo caso-controle de 18 de setembro de
1991 a 30 de junho de 1993. Durante visitas semanais, investigou-se a diarreia nosocomial. Foram realizadas coproculturas,
testes imunológicos para toxina A de C. difficile (ELISA TOX-A), para Rotavirus (ELISA Rotaclone) e testes sorológicos para
Shigella spp. Os casos desenvolveram diarreia nosocomial, e os controles não desenvolveram. A colite pseudomembranosa
(CPM) foi investigada nos óbitos. Em adição, comparamos dados deste estudo com a configuração de 2007. RESULTADOS –
Dos 388 pacientes internados, 66 (63 adultos) foram selecionados para o estudo, 19 adquiriram diarreia nosocomial e 47
foram controles. A incidência da diarreia nosocomial foi de 4,9% e de infecção sanguínea 6,2%. Os mais importantes
patógenos isolados foram Rotavírus [(26,66%)/(7,89%)], C. difficile enterotoxigênico [(18,75%)/(5,26%)] e Shigella flexneri
[(5,55%)/(0%)] de casos e controles, respectivamente. Penicilinas e cefalosporinas foram associadas com diarreia nosocomial.
CPM foi identificada durante necropsia em um paciente assintomático. A taxa global de infecção hospitalar na hematologia
no estudo caso–controle foi de 33,5%. Em 2007, foi de 29%; sete pacientes tiveram diarreia e cinco deles com quadro clínico
sugestivo de colite. CONCLUSÕES – Diarreia é uma importante complicação em pacientes da Hematologia; sua frequência
é alta e está associada ao uso de antibióticos beta-lactâmicos. Gastrenterite foi a segunda mais frequente infecção nosocomial,
perdendo para infecção sanguínea. Rotavírus foi o mais frequente patógeno entérico isolado, seguido de C. difficile
enterotoxigênico e Shigella flexneri. Achado de CPM sugere condição de transportador assintomático de C. difficile. Faz-se
necessário contínuo monitoramento da diarreia nosocomial