Dissertação
Reprovação: prática instituinte ou cultura instituída
Fecha
2016-01-25Autor
Silva, Joelma Portugal
Silva, Joelma Portugal
Institución
Resumen
Esta pesquisa buscou interpretar o que pensam professores da Rede Municipal de Ensino de Irecê sobre a reprovação e o que trazem como cultura instituída, compreendendo seu percurso formativo a partir da contextualização do processo avaliativo ao longo do tempo, analisando as ressonâncias desses pensamentos nas práticas pedagógicas nas Unidades Escolares que interferem diretamente no processo de avaliação. Assim, fez-se necessária uma investigação junto aos professores e técnicos da secretaria de educação, para compreender como a avaliação é concebida, fundamentada principalmente nas falas de Cipriano Luckesi, Maria Tereza Esteban, Michel de Certeau e Nilda Alves. Desta forma, foram utilizados como elementos estruturais da pesquisa, a apresentação e discussão de dados quantitativos a partir das taxas de reprovação apresentadas pelo QEdu, a análise do Conselho de Classe e a participação dos envolvidos com a educação, em uma Desconferência englobando ainda as Redes de Lapão e Ibititá, onde foram recolhidas informações precisas sobre as concepções de avaliação dos envolvidos com a educação. A investigação qualitativa apontou aspectos relacionados à cultura escolar, presentes nos discursos e fazeres cotidianos, fazendo-me refletir sobre aspectos teórico-metodológicos que impactam no processo de aprendizagem, comprometendo a educação de qualidade, ancorados no binômio tão sonhado, inclusão e democratização. Foi salientada, a partir dos discursos, a cultura instituída da reprovação e fez emergir a necessidade de se buscar melhor aproveitamento dos tempos/espaços dos Conselhos de Classe, como possibilidade de planejamento para intervenções na prática pedagógica e consequentemente melhoria dos resultados na aprendizagem, desde que compreendida como responsabilidade coletiva. A prioridade nos tempos/espaços dos Conselhos é o retorno às práticas pedagógicas de ações referentes às discussões, reflexões em torno das questões que afetam diretamente o fazer cotidiano. Um desafio para a Escola e não apenas para os docentes, aqui é apresentada como intervenção a (re)organização destes tempos/espaços, a partir da formação de uma comissão para a análise das normatizações para os Conselhos de Classe da Rede Municipal de Ensino de Irecê.