Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação)
Meningite viral: aspectos clínicos e epidemiológicos de casos suspeitos atendidos em hospital de referência do Estado da Bahia (Brasil)
Fecha
2015-12-10Autor
Ribeiro, Victor Hugo de Oliveira
Ribeiro, Victor Hugo de Oliveira
Institución
Resumen
MENINGITE VIRAL: ASPECTOS CLÍNICOS E EPIDEMIOLÓGICOS DE
CASOS SUSPEITOS ATENDIDOS EM HOSPITAL DE REFERÊNCIA DO
ESTADO DA BAHIA (BRASIL). Fundamentação teórica e justificativa:
Meningites virais são definidas como síndromes agudas de inflamação meníngea
causadas por vírus. É quase sempre doença autolimitada; o exame do LCR ajuda na
distinção entre quadro viral e bacteriano. A identificação sistemática de vírus não é
realizada. Tal identificação orienta conduta terapêutica e reduz tempo de internamento.
A literatura é escassa em dados de perfil clínico-epidemiológico desses casos, sobretudo
com população brasileira. Objetivo: Descrever as características clínicas, laboratoriais e
epidemiológicas dos pacientes com suspeita de meningite viral atendidos no HCMaia.
Metodologia: Trata-se de subprojeto do projeto de “Identificação molecular dos agentes
virais causadores de meningite asséptica no Estado da Bahia” (Fiocruz-Bahia). Estudo
de série de casos envolvendo pacientes atendidos no HCMaia entre 2014 e 2015;
critérios de inclusão: indivíduos de todas as idades, com suspeita de MV, com culturas
negativas para agentes bacterianos e estudo do LCR presuntivo de meningite viral;
critérios de exclusão: pacientes com amostras de LCR ausentes ou processadas em
tempo maior que 1 hora ou aqueles que decidirem retirar consentimento. Resultados:
76 pacientes admitidos no estudo como casos suspeitos. A maioria do sexo masculino
(51,3%), parda (59,2%), com idade média de 20 anos. Sintomas mais freqüentes:
cefaleia (63), febre (59), vômitos (44), dor na nuca (33), náuseas (19). Amostras de
LCR: celularidade média de 75 células (mediana de 2), proteinorraquia média de 53,4
mg/dL e glicorraquia média de 60 mg/dL. 96,1% com predomínio linfomononuclear.
97,3% receberam alta. 57,3% (n=75) receberam diagnóstico de LCR normal e ausência
de meningite; 25,4% meningite viral como suspeita diagnóstica. Discussão: Quadro
clínico e características sociodemográficas dos casos admitidos foram semelhantes às
observadas pela literatura. Celularidade abaixo dos valores reproduzidos em outros
trabalhos, influência dos critérios de inclusão escolhidos para ampliar rol de amostras
para futura realização de PCR. Desfechos clínicos confirmam doença autolimitada.
Conclusões: mais estudos clínicos e epidemiológicos precisam ser realizados no intuito
de criar sistema de vigilância que forneça informações sobre principais agentes virais,
distribuição sazonal e caracterizem quadro clínico e impactos na saúde populacional.