Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação)
Série de casos de hepatotoxicidade induzida por medicamentos, insumos vegetais e suplementos alimentares em pacientes de hospital universitário em Salvador – Bahia (Brasil)
Fecha
2016-02-01Autor
Magalhães, Mariana Porto
Magalhães, Mariana Porto
Institución
Resumen
Fundamentação: Hepatotoxicidade induzida por medicamentos, suplementos alimentares e
insumos vegetais é responsável por amplo espectro de lesões hepáticas. Clinicamente, estes
eventos se apresentam nas mais variadas formas e para se chegar a um diagnóstico diversas
outras causas de lesão devem ser excluídas. Há uma lacuna na literatura no que diz respeito à
caracterização destes eventos adversos, além de uma subnotificação. Objetivo: Este estudo teve
por objetivo identificar e caracterizar casos de hepatotoxicidade induzida por medicamentos,
suplementos alimentares e insumos vegetais em pacientes do Complexo Hospitalar
Universitário Professor Edgard Santos (Complexo HUPES). Metodologia: Série de casos com
coleta de forma ambispectiva em prontuários do Complexo HUPES, entre Agosto de 2009 e
Agosto de 2014. As reações foram avaliadas através do Roussel Uclaf Causality Assessment
Method (RUCAM). Resultados: Foram selecionados 31 casos suspeitos de hepatotoxicidade,
15 sexo feminino e 16 sexo masculino, idade: entre 20 e 64 anos, raça branca: 8,
afrodescendente: 23. Doença hepática prévia: 1. Drogas utilizadas: antiinfecciosos – isoniazida,
voriconazol, anfotericina, abacavir, nevirapina, antimoniato de meglumina, ciprofloxacino;
quimioterápicos – melfalan, etoposídeo, dasatinibe, ciclosporina, imatinibe; agentes com ação
no sistema nervoso central – ácido vaproico, clozapina, amitriptilina, agentes hormonais –
gestodeno+estrógeno, etileniestradiol+levonorgestrel; esteroide anabólico – MSN RIP CUTZ;
insumos vegetais – chás e bebida recreativa; antiinflamatórios não esteroidais e hipolipemiantes
– sinvastatina. Uso de suplementos alimentares: ausente neste grupo. Prescrição medicamentos:
26 pacientes, automedicação: 4. Associação da substância suspeita com outras: 12. As reações
foram classificadas através do RUCAM: padrão de dano colestático/misto: 15 e dano
hepatocelular: 16 casos; 18 reações foram altamente prováveis, 8 reações como prováveis e 5
reações como possíveis. 21 casos resolvidos com suspensão da substância, 9 casos após
suspensão associado ao uso de medica ões e 1 caso, com uso de ch de “mãe-boa” (Ruellia
bahienses), necessitou de transplante hepático. Conclusão: DILI é causada por uma ampla
variedade de medicamentos, suplementos alimentares e suplementos dietéticos. Os anti-
infecciosos e os quimioterápicos foram responsáveis pela maior parte das reações.