Trabalho de Conclusão de Curso
Avaliação das condutas terapêuticas na leucemia/linfoma de células T do adulto (ATL) no Estado da Bahia (Brasil)
Author
Santos, Ítala Gomes e
Santos, Ítala Gomes e
Institutions
Abstract
Introdução: A leucemia/linfoma de célula T do adulto (ATL) é uma doença
linfoproliferativa das células T CD4+ e constitui um tipo, geralmente, agressivo de
leucemia/linfoma. Os problemas no tratamento da ATL são devidos, essencialmente, a
baixa responsividade à quimioterapia e a condição, por vezes, severa de
imunodisregulação presente, principalmente, nas formas aguda e linfomatosa da ATL.
Objetivos: Avaliar o impacto de diversos esquemas terapêuticos em 114 pacientes de
ATL, diagnosticados no Serviço de Patologia do Complexo Hospitalar Universitário
Professor Edgard Santos, no período de 1988 a junho de 2013. Métodos: Estudo
observacional de coorte duplo, em que foram incluídos pacientes com diagnóstico
conclusivo de ATL, os quais foram divididos em grupos de tratamento, de acordo com as
formas clínicas. As condutas terapêuticas foram relacionadas à sobrevida pelo método
Kaplan-Meier e comparadas pelo método Log-Rank. Resultados: Oitenta pacientes
foram incluídos, a maioria de forma indolente (32,5%). Nesta forma clínica, os pacientes
que utilizaram de início tratamento exclusivamente sintomático apresentaram maior
tempo mediano de sobrevida (TMS). Na análise do tratamento global, os crônicos
favoráveis que utilizaram apenas antivirais tiveram TMS maior, ao passo que nos crônicos
desfavoráveis e nos agudos, o uso exclusivo de quimioterapia revelou um TMS mais
elevado. As formas linfomatosa e TPP não mostraram diferenças significativas na
comparação dos resultados terapêuticos. Discussão: As condutas terapêuticas na ATL
variam na dependência da forma clínica, por isso é fundamental a sua classificação
adequada. Neste trabalho, a melhor conduta para os pacientes de forma indolente foi a de
observação, associada ou não a fototerapia. Na forma crônica favorável, o uso de
antivirais mostrou melhor resultado que a quimioterapia. Nas formas crônica
desfavorável, aguda e linfomatosa, a quimioterapia mostrou melhor resultado. Foi difícil
avaliar o efeito dos antivirais, porque o uso foi bastante irregular, devido aos seus efeitos
colaterais e a questões que permeiam a saúde pública. Conclusão: Na forma indolente, a
melhor conduta foi a observação, principalmente quando associada à fototerapia. Por
diferentes motivos, foi difícil avaliar a verdadeira ação dos antivirais neste trabalho. É
necessária a criação de um protocolo de tratamento para ser utilizado no Brasil.