Trabalho de Conclusão de Curso
Estudo das características clínicas e epidemiológicas de recém-nascidos com cardiopatia congênita em uma maternidade pública da cidade de Salvador (Bahia, Brasil), nos anos de 2012 e 2013
Fecha
2014-12-17Autor
Silva, Marlon Aguiar
Silva, Marlon Aguiar
Institución
Resumen
A incidência das cardiopatias congênitas (CCs),
que oscila ente 6 a 8 de cada 1.000 recém-nascidos vivos, constitui a causa de maior
mortalidade neonatal dentre todas as malformações. A partir dessa contextualização foi
proposto como objetivos deste estudo, avaliar prevalência de cardiopatias congênitas em
recém-nascidos, fazer a caracterização clínica destes defeitos, descrever os dado
epidemiológicos e caracterização demográfica desta população. Objetivo: Identificar as
características clínico-epidemiológicas das CCs em maternidade de referência (Salvador -
BA) Método: Estudo de prevalência realizado em maternidade referência da cidade de
Salvador. Recém-nascidos (RN) com diagnóstico de CC no período de janeiro de 2012 a
dezembro de 2013 e nascidos no serviço de referência foram incluídos no estudo. Utilizou-se
como instrumento base de coleta a ficha de coleta de dados com variáveis selecionadas a
partir do método monitor ECLAMC. Coletaram-se dados referentes à gestação e ao parto,
dados maternos e dados do RN, incluindo desfecho, através da análise de prontuários.
Posteriormente, realizou-se análise descritiva destes dados. Resultado: Dos 637 RN
internados na UTI-NEO e 1.955 internados na UCI-NEO, foram identificados 155 casos de
CC 5,98%, sendo destes 47,74% do sexo feminino e 51,61% do sexo masculino O tipo de CC
mais frequente foi persistência do canal arterial (PCA) 31,22%, seguida de comunicação
interatrial (CIA) 30,88%, comunicação interventricular (CIV) 21,52%, atresia de pulmonar
3,8%, atresia de tricúspide 3,37%, coarctação de aorta 3,37%, tetralogia de Fallot 2,11%,
ventrículo único 1,69% e, por fim, transposição de grandes artérias e defeito de septo
átrio/ventrículo 1,27%. As CC ocorreram mais frequentemente em RN com peso ao nascer
superior a 1.500g (75,59%). Idade gestacional maior que 37 semanas (48,10%) e idade
materna entre 20 e 35 anos (59,92%) relacionaram-se à maior ocorrência de CC. Nessa faixa
etária materna observou-se com maior frequência PCA (30,99%), CIA (30,28%), CIV
(19,72%). Os desfechos mais frequentes foram: alta hospitalar 45,99%, óbito relacionado à
CC 25,74%, transferência para outra unidade 18,99% e óbito relacionado à outra causa
9,28%. CIV associada à PCA foi identificada com maior frequência entre os pacientes que
apresentaram como desfecho óbito relacionados à CC 32,14%, enquanto observou-se maior
frequência de PCA em pacientes que apresentaram como desfecho alta hospitalar 23,80%.
Conclusão: Os dados mostram uma alta prevalência de cardiopatias congênitas na cidade de
Salvador/BA, diagnosticadas segundo a definição adotada, reforçando a necessidade do
estabelecimento de estratégias e políticas públicas para o reconhecimento precoce e alocação
de recursos em terapêutica e tecnologia adequada.