Dissertação
Nível de conforto de familiares de pessoas internadas em Unidade de Terapia Intensiva
Fecha
2014-07-04Autor
Gibaut, Mariana de Almeida Moraes
Institución
Resumen
Introdução: Conforto, meta do cuidado de enfermagem, precisa ser compreendido a partir
das interações dos usuários com os serviços de saúde. Todavia pouco se conhece sobre a
experiência de conforto de familiares de pessoas internadas em Unidade de Terapia Intensiva
(UTI) e quais variáveis influenciam o nível de conforto desses. Objetivo Geral: Investigar a
influência de variáveis relacionadas aos familiares de pessoas internadas em UTI e ao
contexto de internação dessas sobre o nível de conforto dos familiares. Métodos: Estudo
transversal, realizado em seis UTIs, distribuídas em três hospitais públicos de ensino da
Bahia. A amostra de 250 familiares foi entrevistada empregando-se a Escala de Conforto de
Familiares de Pessoas em Estado Crítico de Saúde (ECONF). Dados de caracterização da
amostra foram analisados por distribuição de frequências, médias e desvio padrão. O nível de
conforto dos familiares, global e por dimensão da ECONF foi analisado em médias
aritméticas e separatrizes. Para análise da diferença das médias do nível de conforto global e
por dimensão da ECONF segundo variáveis de interesse, empregou-se o teste One Way
(ANOVA). O teste de Bartlett foi usado para avaliar a homogeneidade das variâncias. Quando
o Bartlett mostrou heterogeneidade das variâncias aplicou-se o teste não paramétrico de
Kruskall Wallis. Empregou-se o pós-teste de comparação múltipla, Bonferroni, para
identificar quais grupos diferiram entre si. Adotou-se o nível de significância estatística de
5%. Os dados compuseram uma base no programa SPSS, versão 17.0 for Windows e
realizou-se as análises no programa Stata versão 11. Resultados: Dos 250 familiares, 71,2%
estiveram em visita a membros internados em hospitais de Salvador e 28% em hospital de
Feira de Santana. A idade média do grupo foi de 40,6 anos (dp 11,9). Predominaram
participantes do sexo feminino, casados/união estável, católicos, com 2º grau completo,
economicamente ativos e sem experiência anterior com familiar em UTI. A maior parte era
filho ou cônjuge do membro internado, porém apenas 44,8% residiam com o mesmo. O
próprio entrevistado era o responsável pela família em 41,2% dos casos. O nível global de
conforto dos familiares foi médio. Observou-se nível de conforto alto nas dimensões
Segurança e Interação Familiar e Ente, médio na dimensão Suporte e menor na dimensão
Integração Consigo e com o Cotidiano. A UTI de internamento, o nível de gravidade e o
tempo de internação do membro; o sexo, a idade e a renda do familiar; e a natureza do
relacionamento do familiar com o membro na UTI influenciaram o nível de conforto.
Conclusão: O nível de conforto dos familiares por dimensão da ECONF variou de alto a
médio e o global foi mediano. Sofreu influência de variáveis relacionadas aos familiares de
pessoas em UTI e ao contexto de internação dessas. Os resultados assinalaram a importância
da reflexão dos profissionais de saúde quanto à efetividade de práticas de cuidar dirigidas a
familiares visando a promoção do conforto, em serviços públicos, no contexto baiano. É um
desafio implementar ações que ajudem familiares a minimizar o desconforto vivido com
internação do membro na UTI, considerando as variáveis estudadas.