Trabalho de Conclusão de Curso
Osteomielite fúngica em pacientes submetidos à esternotomia: análise secundária de dados
Fecha
2013-11-28Autor
Santos Souza, Hugo Bastos
Institución
Resumen
Osteomielite fúngica em pacientes submetidos à esternotomia mediana: análise secundária de dados. A esternotomia mediana é a via de acesso preferencial para abordar o mediastino anterior e médio, expondo adequadamente estruturas cardiovasculares. O planejamento cirúrgico é essencial para esta técnica, pois, mesmo que raras, a incidência de infecções do mediastino e esterno podem ocorrer e trazer complicações, geralmente devastadoras, como pode ser observado pelo alto grau de morbimortalidade advindas desta complicação. Na literatura disponível é evidente que a grande maioria das infecções se dá por bactérias, sobretudo estafilococos, sendo a ocorrência de infecção por fungos uma complicação rara, mas que por seu grande impacto na morbimortalidade pós-operatória (sobretudo pelo atraso no diagnóstico, por seu curso indolente e pelas condições fisiológicas às quais os pacientes se encontram) justificam este estudo. Objetivo: investigar na literatura especializada casos portadores de osteomielite fúngica nos pacientes submetidos à esternotomia. Metodologia: análise secundária de dados. Resultados e discussão: do período de 1977 à 2012 foram encontrados seis relatos de casos (14 casos) com infecção da ferida esternal e osteomielite fúngica em pacientes submetidos à esternotomia. Destes, 78,6% (n=11) são de origem norte-americana, 71,4% dos casos eram do sexo masculino e a idade média dos casos foi de 48,6 anos (0-84 anos). Ocorreram 3 casos em indivíduos <1 ano, com 2 óbitos. Os principais indicadores clínicos encontrados foram: drenagem de secreção (92,9%), edema, lesão cutânea e febre (42,9%) e eritema local (35,7%). CABG foi indicação cirúrgica em 9 dos 11 casos. Mediastinite foi uma complicação em 100% dos casos. Cultura da lesão foi usado para diagnóstico em 100% dos casos e Candida sp. foi isolada em 92,9% dos casos. Anfotericina B e fluconazol foram os antifúngicos mais usados. As principais alternativas cirúrgicas para o tratamento foram desbridamento e o “flap” musculocutâneo. Mortalidade ocorreu em 35,7%, enquanto 50% obtiveram cura sem recorrência. Os dados encontrados se assemelham bastante ao que há publicado na literatura. Conclusão: a presença de infecção fúngica da ferida esternal e osteomielite, sobretudo quando há mediastinite, são potencialmente fatais, contribuindo na elevação na mortalidade hospitalar, o que torna intervenções precoces essenciais para adequada resposta terapêutica.