dc.description.abstract | Este é um estudo etnomusicológico sobre os aspectos simbólicos do uso de acordeões nas
práticas musicais relacionadas aos fandangos: bailes regionais realizados nos Centros de
Tradições Gaúchas e nos espaços comunitários do Planalto Médio, região do estado do Rio
Grande do Sul (Brasil). Através da ênfase nas canções do Grupo Manotaço, o trabalho
descreve e analisa as conexões simbólicas entre a música de alguns conjuntos musicais
regionais, e aspectos essenciais do imaginário e da cultura regional gaúcha por meio de um
estudo sustentado por trabalho de campo e revisão de literatura que abrange informações
históricas, referências literárias e classificação do instrumento sob o ponto de vista
organológico. Discute fatores que estabelecem relações entre simbolismo e cultura com
fundamentação na literatura atinente ao assunto. Também apresenta informações sobre a
invenção e a divulgação do acordeão em âmbito europeu assim como questões sobre a ligação
organológica deste instrumento com a gaita de fole. Aborda o termo gaita sob o ponto de
vista etimológico, tendo em vista seu emprego na região sul do Brasil, focalizando aspectos
gerais que revelam funções sociais similares entre estes instrumentos musicais. A pesquisa
expõe elementos históricos e etnográficos das principais correntes migratórias que
convergiram para o Rio Grande do Sul no decorrer do século XIX. Acrescentado a isto,
apresenta relatos de viajantes brasileiros e de visitantes estrangeiros, com uma seleção de
comentários significativos em relação à vida musical na região sul, informações que fornecem
bases para o trabalho de campo e as demais ações de pesquisa. A análise dos textos das
canções tem como objetivo revelar aspectos do imaginário local e ampliar o enfoque
interpretativo do trabalho, trazendo à tona oposições entre os modos de vida rural e urbano,
características identitárias e outros temas relacionados ao uso dos acordeões e sua função
simbólica no contexto dos bailes regionais no Rio Grande do Sul. | |