Dissertação
Ângulo de fase enquanto indicador de estado nutricional no câncer do trato digestório
Fecha
2013-05-16Autor
Costa, Giovanna Lúcia Oliveira Bonina
Costa, Giovanna Lúcia Oliveira Bonina
Institución
Resumen
O ângulo de fase (AF), obtido a partir da Análise por Impedância Bioelétrica (BIA) tem sido
interpretado como indicador da integridade da membrana e, por ser considerado preditor de
massa celular, têm sido utilizado como indicador nutricional. Objetivo: Avaliar o ângulo de
fase (AF) como indicador de estado nutricional em pacientes com câncer do trato digestório.
Método: estudo transversal, derivado de um projeto maior intitulado “Indicadores do Estado
Nutricional no Câncer do Trato Digestório”, composto por 71 pacientes com diagnóstico de
câncer do trato digestório admitidos no Hospital Santa Izabel, Santa Casa de Misericórdia da
Bahia, Salvador. Os dados obtidos com a avaliação do estado nutricional através da
circunferência do braço (CB), dobra cutânea tricipital (DCT), circunferência muscular do
braço (CMB), circunferência da panturrilha (CP), Índice de Massa Corporal (IMC), espessura
do músculo adutor do polegar (EMAP), dinamometria, Avaliação Subjetiva Global (ASG) e
contagem total de linfócitos (CTL) foram comparados com a medida do Ângulo de Fase
Padronizado (AFP) obtida a partir da Análise por Impedância Bioelétrica (Bioelectrical
Impedance Analysis – BIA). Foi realizada análise descritiva, coeficiente Kappa, o teste Qui
Quadrado, Exato de Fisher, o teste t de Student, coeficiente de Correlação de Pearson,
construção e análise de curva ROC (Receiver Operating Characteristic Curve). Foi
considerado um nível de significância de p<0,05. Resultados: Com exceção da CTL, para
todos os demais métodos, observaram-se valores médios de AFP menores entre os pacientes
desnutridos com significância estatística. As melhores concordâncias entre os métodos foram
obtidas entre o AFP e a dinamometria (0,48; p<0,001) e entre o AFP e a ASG (0,44;
p<0,001). A maioria dos indicadores apresentou correlação positiva com o AFP, exceto a
CTL e dinamometria, sendo o IMC o que apresentou melhor coeficiente de correlação (r =
0,56; p < 0,001). Utilizando-se a ASG como referência, o ponto de corte do AFP de melhor
sensibilidade (79%) e especificidade (71%) foi -1,57. A área sob a curva ROC foi de 0,83.
Conclusão: os nossos achados sugerem uma habilidade do AFP, em detectar
comprometimento no estado nutricional, podendo o AFP ser considerado um potencial
indicador nutricional no câncer gastrintestinal.