dc.description.abstract | Apesar do crescente aumento do estoque de riqueza material no mundo, a pobreza continua a ser
um problema de grande extensão e gravidade devido, especialmente, às desigualdades sociais.
Existe uma dificuldade inicial na formulação e acompanhamento das políticas de combate a
pobreza que é a indefinição ou limitação das concepções de pobreza adotadas. Este trabalho
considera as inúmeras críticas quanto ao caráter limitado da renda, a proxy mais utilizada para a
descrição da pobreza, adotando uma abordagem multidimensional como a mais adequada para a
análise. Concluiuse,
entretanto que a abordagem da renda pode ser utilizada para a mensuração
da pobreza como proxy de uma conceituação multifacetada deste fenômeno, desde que
completada com indicadores sociais, mas é insuficiente para a análise das suas causas. Utilizouse
a Bahia como estudo de caso para a discussão da adequação da renda como forma de medir a
pobreza. Diferentes estudos apontavam resultados distintos desde o início da década de 90; um
dos motivos seria a concepção de pobreza utilizada. O problema de pesquisa deste trabalho então
foi o seguinte: a dinâmica da pobreza na Bahia demonstrada através de linhas de pobreza
baseadas na renda é consistente com uma abordagem multidimensional? A hipótese inicial de que
as análises da dinâmica da pobreza eram inconsistentes com uma abordagem multidimensional
não foi comprovada, ou seja, a evolução da pobreza entre 1991 e 2000 descritas através da renda
mostrouse
semelhante à observada por meio das necessidades básicas ou das capacidades,
mensuradas por meio de um sistema de indicadores sociais e do IDH, respectivamente. A
distinção de resultados ocorreu na análise baseada nos indicadores de desigualdades, que
buscavam refletir a abordagem de exclusão social. A observação das diversas dimensões da
pobreza e seus comportamentos no período e a análise dos resultados foi objetivo específico deste
trabalho. A pesquisa foi feita através de uma metodologia quantitativa com dados secundários a
partir de quatro perspectivas em relação à pobreza (renda, necessidades básicas, capacidades e
exclusão social). Concluíse
assim que para se ter um quadro mais próximo da realidade, há uma
necessidade de se analisar a pobreza utilizando abordagens distintas, mas complementares. | |