dc.description.abstract | A presente pesquisa reflete sobre o fluxo teatral latino-americano, chamado aqui ‘da virada’,que vai se diferenciar do teatro latino-americano de esquerda, que o antecedeu. Este último, muito importante nas décadas de 1960 e 1970, teve seu eixo na luta de classes e na promoção
e defesa de um projeto utópico de sociedade, anulado, em sua maior parte, pelas ditaduras que assolaram o continente nas décadas de 1960 a 1980. Abandonado em meados dos anos de
1980, sua apelação política direta começará a dar lugar a outras nuances artísticas no teatro contemporâneo do continente, operando com óticas mais subjetivas, intimistas e tratando de articular o social, o histórico e o contingente em um âmbito cênico que vai deslocar seu sentido político doutrinário. Surgem espetáculos que dão especial atenção a composição espacial e sonora da cena, à corporeidade dos intérpretes, ao trabalho da imagem no palco, o
que vai possibilitar pensar nos alcances poéticos e políticos da sua teatralidade. Um olhar a partir da alegoria permitirá dar visibilidade a esses alcances, a teoria do alegórico de Walter
Benjamin se torna chave para pensar na cena e na sua materialidade, sendo a base teórica
desta pesquisa. O que se indaga aqui é como o teatro latino-americano contemporâneo ‘da
virada’ se lança em uma viagem à teatralidade, gerando cenas cujo status crítico tangencia,
sobretudo, nosso tempo democrático neoliberal, radiografando o que nele há de perda. | |