Dissertação
Aspectos intuitivos, preferências intertemporais e decisões orçamentárias: um estudo quase-experimental envolvendo práticas de alocação de recursos
Fecha
2012-12-11Autor
Pereira, Antonio Gualberto
Pereira, Antonio Gualberto
Institución
Resumen
Vieses comportamentais, como os gerados pela assimetria informacional, permeiam o
processo de alocação de recursos às atividades organizacionais, uma vez que para além de
números, o orçamento requer pessoas, com limitações de ordem cognitiva, afetiva e
emocional e, portanto, sujeitos a serem impelidos a “erros” em suas atividades diárias. Com o
objetivo identificar de que forma os aspectos intuitivos dos seres humanos impactam as
preferências intertemporais em práticas de alocação de recursos em atividades organizacionais
foi realizada uma pesquisa com 125 estudantes de cursos de pós-graduação em Salvador –
Bahia, nas áreas de Contabilidade, Administração e de outras áreas. A metodologia utilizada
para realização deste trabalho foi a pesquisa quase-experimental com a separação da amostra
em um grupo com alto nível de habilidade cognitiva e outro grupo com baixo nível de
habilidade cognitiva para definição dos comportamentos intertemporais. Foi adotada como
suposição inicial a não existência de diferença entre indivíduos intuitivos e racionais no que
tange às escolhas intertemporais em decisões de alocação de recursos. Os resultados obtidos
por meio da regressão logística apontam para a inexistência de uma relação significativa entre
o nível de habilidade cognitiva dos respondentes e as preferências intertemporais na utilização
do orçamento para a alocação de recursos às atividades organizacionais. Entretanto, a
utilização de uma análise não paramétrica permitiu verificar que existe diferença significativa
entre os indivíduos classificados como possuidores de um baixo nível de habilidade cognitiva
e aqueles classificados como possuidores de um alto nível de habilidade cognitiva. A
associação entre a participação no processo orçamentário e preferências intertemporais dos
respondentes quando de suas escolhas para a alocação de recursos por meio do orçamento
também não se mostrou estatisticamente significativa. Também não foi verificada associação
entre o comprometimento com a ocupação e a amenização dos aspectos intuitivos nas
preferências intertemporais dos respondentes em termos de alocação de recursos às atividades
organizacionais, fugindo daquilo que se estabeleceu nos pressupostos da pesquisa.
Entretanto, por meio da matriz de correlações cruzadas de Pearson, pode-se observar uma
associação negativa significativa entre o nível de habilidade dos respondentes e o
comprometimento afiliativo com a ocupação, permitindo identificar que quanto maior o nível
de habilidade cognitiva dos respondentes menor o comprometimento afiliativo com a
ocupação.