dc.description.abstract | O artigo constitui-se de uma resenha focada sobre a abordagem teórico-metodológica de Christophe Dejours, sistematizando as principais categorias da psicodinâmica do trabalho sob a ótica da centralidade do trabalho e dos possíveis canais de diálogo com a sociologia. Esta abordagem ilustra o elastecimento dos limites entre campos científicos, rompendo com os cânones positivistas. Contempla o indivíduo – sua subjetividade – sem perder a perspectiva do coletivo, referenciado ao trabalho como categoria histórica, espaço socialmente determinado e, portanto, moldado por estruturas de gestão e sistemas de defesa, coletiva e individualmente criados, mais ou menos eficazes em proteger os indivíduos do sofrimento e do adoecimento. Espaço de relações sociais de classe e poder que se traduzem em estruturas/formas organizacionais de dominaçãoe mecanismos de defesa – que podem significar resistência, transgressão ou conservação/reprodução da dominação e subordinação – e em formas materiais/físicas de condições de trabalho alienado (agentes agressivos físicos, químicos, etc). Assim como a sociologia bourdieusiana, a psicodinâmica do trabalho dejouriana, contribui, sobretudo, com categorias de mediação entre indivíduo e sociedade, entre agente social e história, sendo de fundamental importância no cenário acadêmico e político atual. | |