Artigo de Periódico
Bró, caxixe e ouricuri estratégias de sobrevivência no semi-árido baiano
Fecha
1999Registro en:
1415-5273
v. 12, n. 2.
Autor
Assis, Ana Marlucia de Oliveira
Freitas, Maria do Carmo Soares de
Oliveira, Tereza Cristina
Prado, Matildes da Silva
Sampaio, Liliam Ramos
Machado, Amélia Dreyer
Queiroz, Denise Amorim
Assis, Ana Marlucia de Oliveira
Freitas, Maria do Carmo Soares de
Oliveira, Tereza Cristina
Prado, Matildes da Silva
Sampaio, Liliam Ramos
Machado, Amélia Dreyer
Queiroz, Denise Amorim
Institución
Resumen
Trata-se de um estudo etnográfico desenvolvido no contexto do Projeto Cansanção - PROCAN - realizado no período de 1987 a 1990. Analisa-se um conjunto de informações sobre os padrões culturais que cercam o ato alimentar dos grupos sociais que habitam Cansanção, região do semi-árido baiano. Foram investigados modelos de alimentação, a partir de depoimentos das mulheres trabalhadoras rurais, observando-se as estratégias de sobrevivência alimentar, enquanto ações concretas com vistas a assegurar a reprodução da unidade familiar. O medo da proximidade da doença e da morte são referências fundamentais como modos de conceber a vida e de definições de hábitos alimentares, apoiadas pela compreensão particular de seus próprios mundos. Os hábitos que cercam o ato alimentar em Cansanção indicam uma relação entre a sobrevivência do corpo e a reprodução da unidade familiar, permeados pelo cotidiano da seca. A atividade central, o trabalho da roça, subordinado às condições precárias de vida permite a produção e reprodução de formas de conceber a vida, e em particular, define os vários conceitos e classificações sobre as necessidades de alimentar o corpo. Em algumas áreas do município de Cansanção, observa-se um modo de conceber o alimento a partir de uma razão subordinada a valores do comércio, mas o fenômeno da seca constitui ainda o determinante da cultura alimentar da população e de suas ações concretas para solucionar a carência alimentar no grupo familiar