Tesis
Biologia reprodutiva de Pyrocephalus rubinus (aves: Tyrannidae) no sul do Brasil
Fecha
2015Autor
Fontana, Carla Suertegaray
Resumen
We studied the breeding biology of Vermilion Flycatcher (Pyrocephalus rubinus), in southern Brazil, Pampa Biome. Although there is publications available about the breeding of P. rubinus, some basic parameters remain unknown. We collect data during the breeding season (October-January 2013-2014) in Parque Estadual do Espinilho (PEE) (30° 11' S 57° 30' O), situated in the city of Barra do Quaraí, Rio Grande do Sul. We monitored 65 nests and evaluated aspects related to reproduction of the species, such as territoriality, the nesting chronology, features of nests, eggs and nestlings, clutch size, incubation, hatching rate, parental care, reproductive success and predation. Breeding starts from the earlier October, peaks in later October and lasts until early January. The average size of reproductive territories was 0. 013 ± 0. 5 ha (20). There is no distinction in the nesting territories selection associated with phytosociology, all nests were built on the same support plant (Prosopis affinis Spreng). Nests are basket-shaped and built only by female in 5-7 days, at an average height 2. 21 m above the ground. The clutch size is 2. 86 eggs. Incubation, which is perfomed only by female, lasts 13-14 days and is synchronic. The hatching rate was 83%. Nestlings remain in the nest for 12-14 days. In most nests the nestlings are fed by male and female (biparental care). The frequency visits to the nest for feeding differed according to the age of nestlings, with a higher visits rate by the male in the first days of life of the nestlings and by the female in the following days. The apparent success of the nests was 17%, while the MARK success was 9%. The model tested for nest survival includes time-specific factors (age nest) and nest site characteristics (height), the effect of these variables explains the percentage of survival. The daily survival rates (DSR) decrease along the nesting cycle, falling off sharply with the increasing of nest height to the ground. Only 11 of the 65 nests were successful (16. 9%), while 54 were unsuccessful (83%), among abandoned (7. 40%) and preyed (92. 5%). Predation was the main cause of clutches loss, affecting 76% of unsuccessful nests. No predation event was recorded, but rather agonistic behavior of P. rubinus was observed relative to other birds. Estudamos a reprodução do príncipe (Pyrocephalus rubinus), no Sul do Brasil, Bioma Pampa. Embora haja informações disponíveis na literatura sobre a reprodução de P. rubinus, alguns parâmetros básicos permanecem desconhecidos. Coletamos dados durante a temporada reprodutiva (outubro a janeiro de 2013-2014) no Parque Estadual do Espinilho (PEE) (30° 11' S 57° 30' O), localizado no município de Barra do Quaraí, Rio Grande do Sul. Monitoramos 65 ninhos e avaliamos aspectos ligados à reprodução da espécie tais como: territorialidade, cronologia da nidificação, características dos ninhos, ovos e ninhegos, tamanho das ninhadas, incubação, taxa de eclosão, cuidado parental, sucesso reprodutivo e predação. A reprodução começa na primeira semana de outubro, tem um pico de ninhos ativos na segunda quinzena de outubro e dura até o início de janeiro. Os territórios reprodutivos têm um tamanho médio de 0,013 ± 0,5 ha. Não há distinção na seleção de territórios de nidificação associado à fitossociologia, todos os ninhos foram construídos sobre a mesma planta suporte (Prosopis affinis Spreng). Os ninhos têm formato de cesto e são construídos apenas pela fêmea em 5-7 dias, a uma altura média de 2,21 m do solo. O tamanho da ninhada é de 2,86 ovos. A incubação, que é realizada apenas pela fêmea, dura de 13 a 14 dias e é sincrônica. A taxa de eclosão dos ovos foi de 83%. Os ninhegos permanecem no ninho por 12-14 dias. Na maioria dos ninhos os ninhegos são alimentados pelo macho e pela fêmea (cuidado biparental). A frequência de visitas ao ninho para alimentação diferiu de acordo com a idade dos ninhegos, sendo maior a frequência de visitas do macho nos primeiros dias de vida dos ninhegos e da fêmea nos dias seguintes.O sucesso aparente dos ninhos foi 17%, enquanto o sucesso calculado pelo programa MARK foi 9%. O modelo testado para a sobrevivência dos ninhos inclui fatores tempo-específicos (idade do ninho) e características do local do ninho (altura), o efeito dessas variáveis explica o percentual da sobrevivência. As taxas de sobrevivência diária (TSD) diminuem ao longo do ciclo de nidificação, caindo bruscamente conforme aumenta a altura do ninho em relação ao solo. Apenas 11 dos 65 ninhos obtiveram sucesso (16,9%), enquanto 54 foram insucesso (83%), entre abandonados (7,40%) e predados (92,5%). A predação foi a principal causa de perda das ninhadas, afetando 76% dos ninhos insucesso. Nenhum evento de predação foi registrado, porém foram observados diversos comportamentos agonísticos de P. rubinus em relação á outras aves.