Tesis
Aplicação tópica de Aloe vera e vitamina E em úlceras induzidas na língua de ratas submetidas à radioterapia: avaliação clínica e histológica
Fecha
2015Autor
Figueiredo, Maria Antonia Zancanaro de
Resumen
Head and neck cancer (HNC) has been a worldwide public health problem. Squamous cell carcinomas account for about 80% of these neoplasms and the main treatment modalities are surgery, radiotherapy (RT), chemotherapy (CT) or a combination between them. RT acts locally destroying tumor cells. However, this therapy is not selective and also affects rapid renewal cell groups such as the salivary glands, oral mucosa and skin, resulting in a wide range of deleterious effects, being oral mucositis (OM) one of these. This condition is characterized by painful ulcerations that can progress to severe conditions that compromise the course of cancer treatment. The etiology of OM is oxidative stress (OS) generated by RT, that would be able to induce the production of reactive oxygen species (ROS) responsible for cellular damage and initiation of injuries. Antioxidants (AOX) are agents produced by humans or acquired by diet and vitamin supplements that eliminate ROS and minimize OS. The objective of this study was to assess the effect of 2 types of antioxidants, vitamin E (VE) and Aloe vera (AV) in prevention and management of radioinduced OM in a murine model by clinical and histological analysis. The animals were randomly divided into 3 groups of 12 animals each (400 mg VE, 70% AV and control) and 2 time periods (5 and 7 days). They were irradiated with a single dose of 30 Gy, and after 24h, a lesion was produced on the ventral tongue of each animal. The products were applied daily in their respective group until euthanasia. On clinical evaluation, it was observed the presence of inflammatory signs, presence or absence of induced ulcer and measurement of their size. Lesions were present more frequently in the control group animals in both periods of observation. The size of the ulcers was greater in the control group compared with the groups AV and VE (5 days: p = 0. 006; 7 days: p = 0. 002). Under microscopic analysis, the degree of inflammation differed between the study groups and experimental periods. At 5 days, the statistical difference was not significant amongst groups. However, after 7 day period, the animals in the control group displayed intense inflammation, while those in groups VE and AV exhibited mild to moderate inflammation (p = 0. 002). Given the severity of OM injuries and their implications to the patient, it urges the search of alternative therapies to prevent or reduce clinical manifestations. The results of this study suggest that VE and AV may contribute to minimize inflammatory response and improve the healing of induced tongue lesions of rats submitted to radiation. As neoplasias malignas de cabeça e pescoço (NMCP) representam um problema de saúde pública mundial. Os carcinomas espinocelulares constituem cerca de 80% dessas neoplasias e tem como principais modalidades de tratamento a cirurgia, a radioterapia (RT) e a quimioterapia (QT) que podem ser utilizadas de forma isolada ou associadas. A RT age localmente destruindo as células tumorais, no entanto, não é seletiva, atingindo também células saudáveis de rápida renovação como as das glândulas salivares, mucosa oral e pele. Em consequência ao dano às células normais esta terapia gera efeitos deletérios importantes como, por exemplo, a mucosite oral (MO). Esta condição caracteriza-se pela presença de ulcerações dolorosas que podem evoluir para quadros tão graves que comprometam o curso do tratamento oncológico. Associada a etiologia da MO está o estresse oxidativo (EO) gerado pela RT, que seria capaz de induzir a produção de espécies reativas de oxigênio (ROS) responsáveis pelo dano celular e iniciação das lesões. Para limitar o EO existem substâncias chamadas antioxidantes (AOX), que tem como principal função eliminar as ROS. Estas podem ser produzidas naturalmente pelo organismo e também adquiridas através da dieta e suplementos vitamínicos. O objetivo deste estudo foi testar 2 tipos de antioxidantes, vitamina E(VE) e Aloe vera(AV), na prevenção e manejo da MO induzida por radiação em modelo murino, através da análise clínica e histológica Os animais foram divididos randomicamente em 2 grupos com 12 animais cada (VE 400mg; AV 70%) e 1 grupo com 11 animais (controle) e em 2 tempos experimentais (5 e 7 dias). Irradiou-se cada grupo com dose única de 30Gy e após 24h produziu-se uma lesão ulcerada no ventre lingual de cada animal medindo 6mm de comprimento e 3mm de largura. Os produtos estudados foram aplicados diariamente em seu respectivo grupo até a eutanásia programada. Durante a avaliação clínica, foram observados a presença de sinais inflamatórios, presença ou ausência da úlcera induzida e mensurado o tamanho das mesmas. Nesta fase do experimento foi possível constatar que as lesões foram mais frequentes nos animais dos grupos controle em ambos os tempos. O tamanho das úlceras foi maior nos grupos controle em comparação com os grupos VE e AV (5 dias: p=0,006; 7 dias: p=0,002).Na análise microscópica o grau de inflamação diferiu tanto nos grupos de estudo quanto nos tempos experimentais. Em 5 dias a diferença entre os grupos não foi estatisticamente significante. Já em 7 dias os animais do grupo controle apresentaram inflamação intensa, enquanto os que receberam VE e AV variaram entre leve e moderada (p=0,002). Diante da gravidade das lesões de MO e suas implicações ao paciente, é de suma importância que se encontre alternativas terapêuticas para prevenir ou amenizar suas manifestações clínicas. Os resultados deste estudo sugerem que os AOX presentes na VE e no AV podem favorecer a redução da intensidade do processo inflamatório envolvido na MO, bem como a severidade das lesões.