A ripa da madeira é a menor medida retirada do desdobro do tronco circular, sendo comumente utilizada na construção civil, como estrutura para telhado, por exemplo, e em algumas aplicações internas em mobiliário; ou seja, aplicações de baixo valor agregado. A ripa da maçaranduba, por sua vez, é largamente comercializada no nordeste brasileiro, vendida em madeireiras e armazéns. Visto as propriedades mecânicas da maçaranduba, bem como seu baixo custo, é possível observar a potencialidade deste material como matéria-prima na confecção de produtos de consumo, e propor a seguinte questão: “O que pode ser feito com esta matéria prima com preço tão acessível?” A partir de uma análise temporal e um comparativo de produtos contemporâneos confeccionados com perfil estreito da madeira, verifica-se a viabilidade deste material e suas limitações. Observações assistemáticas com marceneiros auxiliam no quesito da trabalhabilidade da ripa. Após esse diagnóstico, foi definido o uso da ripa de maçaranduba no desenvolvimento de um sistema para suporte de jardins verticais. Este projeto também exerce papel importante com a carência de áreas verdes nas grandes metrópoles, pois aplicações internas de jardins verticais se apresentam como uma nova vertente do paisagismo e vêm se tornando tendência no setor moveleiro, apresentando um campo promissor a ser explorado. Com o auxílio da metodologia projetual de Baxter (2001), foi possível chegar a uma solução de sistema para suporte de jardins verticais que se mostrasse viável comercialmente e um forte concorrente diante do mercado. O uso da ripa de maçaranduba numa escala artesanal com maquinário de pequeno porte se mostrou de difícil trabalhabilidade, porém, numa escala industrial é viável o uso desta matéria prima.