masterThesis
Ocorrência do anticorpo anti-anéis e bastões antes e depois do tratamento da hepatite c com os novos antivirais de ação direta
Registro en:
SACERDOTE, Ana Beatriz da Silva. Ocorrência do anticorpo anti-anéis e bastões antes e depois do tratamento da hepatite c com os novos antivirais de ação direta. 2018. Dissertação (Mestrado em Ciências da Saúde) – Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2018.
Autor
SACERDOTE, Ana Beatriz da Silva
Institución
Resumen
Introdução: O vírus da Hepatite C (HCV) causa elevada morbimortalidade e se associa a manifestações extra-hepáticas autoimunes. Recentemente, um anticorpo denominado anti-anéis e bastões (anti-RR) tem despertado interesse por ocorrer quase exclusivamente em pacientes com HCV que utilizaram alfa-interferon peguilado (PEG) e ribavirina (RBV), sendo geralmente detectado em cerca de 25% desses pacientes. Em estudos in vitro, apenas a RBV foi capaz de induzir esses anticorpos, provavelmente por sua capacidade de inibir irreversivelmente a IMPDH2, que é o antígeno dos anti-RR. Em estudos in vivo, seu surgimento só foi comprovado no uso associado da RBV e PEG. Atualmente, novos antivirais de ação direta (DAAs) permitem a cura da hepatite C sem uso de PEG, com uso da RBV em casos selecionados. O objetivo desse estudo foi descrever a ocorrência do anticorpo anti-anéis e bastões em pacientes com hepatite crônica pelo HCV antes e depois do tratamento com os novos antivirais de ação direta. Métodos: Entre 2016 e 2017, 70 pacientes submetidos ao tratamento com os novos DAAs foram entrevistados e tiveram amostras de soro coletadas antes do seu tratamento. Destes, 52 tiveram amostras coletadas também após 12 semanas de uso essas medicações. Foi pesquisado o anti-RR através de imunofluorescência indireta. Resultados: O anti-RR foi detectado em 16 pacientes antes uso dos DAAs, sendo que todos os positivos haviam sido previamente expostos à PEG e RBV. Na amostra após 12 semanas, 14 pacientes foram positivos. O anti-RR surgiu em três pacientes após o início dos DAAs. Dois desses pacientes estavam em uso de ribavirina associada ao esquema. Dos 70 pacientes, 34 haviam realizado tratamento prévio para o HCV. Tratamento prévio com PEG e RBV, tempo de uso de RBV e uso de telaprevir estiveram relacionados de forma significativa com o surgimento do anticorpo na amostra pré-tratamento. Conclusão: Observou-se a presença do anti-RR antes do uso dos novos DAAs em quase metade dos pacientes que tinham tratamento prévio contra o HCV. Após as 12 semanas de uso dos novos antivirais, esse anticorpo tornou-se positivo em 5,7% dos pacientes. A realização de terapia previa contra a hepatite C e o tempo de uso de RBV nessa terapia prévia estiveram fortemente relacionados à presença do anticorpo. Introduction: Hepatitis C virus (HCV) causes high morbidity and mortality, and is associated with autoimmune extrahepatic manifestations. Recently, an antibody called anti-rods and rings (anti-RR) has been reported almost exclusively in hepatitis C patients treated with interferon-α (IFN) and ribavirin (RBV) combination therapy, being generally detected in 25% of these patients. In in vitro studies, only RBV was able to induce these antibodies, probably because of its ability to irreversibly inhibit IMPDH2, which is the antigen of anti-RR. In in vivo studies, its emergence has only been detected in the associated use of RBV and PEG. Currently, new direct-acting antivirals (DAAs) allow hepatitis C cure without the use of PEG, with the use of RBV in selected cases. The aim of this study is to describe the occurrence of anti-rods and rings antibody in patients with chronic HCV infection, before and after treatment with the new DAAs. Methods: From 2016 to 2017, 70 patients undergoing treatment with the new DAAs were interviewed and had serum samples collected prior to their treatment. Of these, 52 had samples collected also after 12 weeks of use these medications. The anti-RR was investigated through indirect immunofluorescence. Results: Anti-RR was detected in 16 patients (22.8%) prior to the use of DAAs, all of which were previously exposed to PEG and RBV. In the sample after 12 weeks, 14 patients were positive. Anti-RR appeared in three patients after the exposure to DAAs. Two of these patients were using ribavirin associated with DAAs. Of the 70 patients, 34 had undergone previous treatment for HCV. Prior treatment with PEG and RBV, longer exposure time to ribavirin and use of telaprevir were significantly related to the appearance of the antibody in the pretreatment sample. In the sample after 12 weeks, prior use of RBV was significant, but not the RBV use associated with DAAs Conclusion: The presence of anti-RR before the use of the new DAAs was observed in almost half of the patients with previous treatment against HCV. After 12 weeks of use of the new antivirals, this antibody became positive in 5.7% of the patients. Previous therapy against hepatitis C and the time of use of RBV in this previous therapy were strongly related with the emergence of this antibody.