masterThesis
Aspectos emocionais, variáveis cognitivas e saúde física em um grupo de médicos idosos: será possível um envelhecimento bem-sucedido?
Registro en:
SILVA, Rodrigo Cavalcanti Machado da. Aspectos emocionais, variáveis cognitivas e saúde física em um grupo de médicos idosos: será possível um envelhecimento bemsucedido?. 2019. Dissertação (Mestrado em Neuropsiquiatria e Ciências do comportamento) – Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2019.
Autor
SILVA, Rodrigo Cavalcanti Machado da
Institución
Resumen
O envelhecimento bem-sucedido (EBS) tem ganhado cada vez mais importância na literatura mundial e há uma mudança de paradigma, com preocupação cada vez maior nos fatores ligados à saúde mental positiva, como resiliência, felicidade e otimismo, em detrimento do enfoque exclusivo na ausência de doenças e incapacidade, assim como na avaliação dos próprios idosos acerca de seu envelhecimento. Tais fatores, no entanto, em algumas populações, tal qual a de médicos ainda é pouco compreendida e estudada. O trabalho tem como objetivo avaliar determinantes fundamentais do EBS, no que concerne aos aspectos cognitivos, emocionais e físicos, dentro da população de médicos idosos estudada, suas correlações entre si e com dados sociodemográficos mais significativos. Foi conduzido um estudo com desenho observacional, do tipo transversal, descritivo e analítico, amostra foi obtida por conveniência e realizado com médicos acima de 65 anos, tanto ativos como aposentados, entre julho de 2017 até dezembro de 2018 através de entrevistas presenciais. Em todos os voluntários foi realizada uma avaliação cognitiva pelos pesquisadores com o MoCA e uso de 6 instrumentos autoaplicáveis: Connor Davidson Resilience Scale 10-itens (CD-RISC 10); Subjective Happiness Scale (SHS); Teste de Orientação de Vida-R (TOV-R); Escala subjetiva de envelhecimento bem-sucedido; Medical Outcomes Study 36-Item Short-Form Healthy Survey (SF-36); e questionário sócio demográfico construído pelos pesquisadores. Um total de 65 médicos idosos foram entrevistados em nosso estudo. A média de idade dos participantes foi de 71,32 anos (DP=3,83) e a maior parte dos participantes era do sexo masculino (66,2%). A maioria dos participantes ainda exercia atividades médicas (90,8%) e da extensa relação de especialidades a maioria foi de especialidades não-cirúrgicas (63,1%). Do total de entrevistados, 92,3% consideraram que tiveram um EBS e média de 8,65 (DP=1,54) na escala de avaliação subjetiva do EBS, com escores de resiliência, otimismo e felicidade que tiveram respectivamente médias de 29,66 (DP=5,11), 17,15 (DP=3,55) e de 5,85 (DP=0,74) nas escalas de avaliação. Nas correlações entre as escalas de saúde mental positiva, foram constatadas correlações significativas e positivas entre resiliência com felicidade e avaliação do EBS, assim como entre felicidade com otimismo e avaliação do EBS. A correlação mais elevada (0,68) ocorreu entre avaliação do EBS com felicidade. A única associação entre as escalas auto aplicadas e variáveis sociodemográficas foi entre avaliação do EBS e faixas de renda, mais elevada entre os que tinham renda superior. A grande maioria dos médicos idosos considerava que envelheceu de forma bem-sucedida e foram encontradas relações significativas e positivas entre tal avaliação com maiores níveis de felicidade, resiliência e maiores faixas de renda. Em conclusão, futuros estudos são necessários para se avaliar como as variáveis estudadas na população de médicos idosos podem ser analisadas, tanto em relação a população geral como a de médicos mais jovens, assim como entre os diferentes grupos de médicos que estão envelhecendo, para que estratégias intervenção e preventivas sejam realizadas. Successful aging (SA) has gained increasing importance in the world literature and there is a paradigm shift, with growing concern about positive mental health factors such as resilience, happiness and optimism, instead of the exclusive focus in the absence of illness and disability, as well as in the evaluation of the elderly themselves about their aging. Such factors, however, are still poorly understood and studied in some populations, such physicians. The aim was to evaluate the fundamental determinants of successful aging in terms of cognitive, emotional and physical aspects within the population of elderly physicians evaluated, and their correlations with each other and with sociodemographic data. A cross-sectional study was carried out with physicians over 65, both active and retired, between July 2017 and December 2018 through face-to-face interviews. In all the volunteers, were carried out cognitive evaluation with the MoCA and 6 self-applied instruments: Connor Davidson Resilience Scale 10-items (CD-RISC 10); Subjective Happiness Scale (SHS); Life Orientation Test-Revised (LOT-R); Subjective scale of successful aging; Medical Outcomes Study 36-Item Short-Form Healthy Survey (SF-36); and a socio-demographic questionnaire built by the researchers. A total of 65 elderly physicians were interviewed in our study. The mean age of participants was 71.32 years (sd=3.83) and the majority of participants were male (66.2%). The majority of participants still had medical activities (90.8%) and the extensive list of specialties, most of them were non-surgical specialties (63.1%). 92.3% of the interviewees considered that they had a successful and average aging of 8.65 (sd=1.54) on the subjective rating scale of successful aging, with resilience, optimism and happiness scores that had, respectively, averages (sd=5,11), 17,15 (sd=3,55) and 5,85 (sd=0,74). In correlations between positive mental health scales, significant and positive correlations were found between resilience with happiness and evaluation of successful aging, as well as between happiness with optimism and evaluation of successful aging. The highest correlation (0.68) occurred between the evaluation of successful aging and happiness. The only association between self-applied scales and sociodemographic variables was between the evaluation of successful aging and higher income brackets, which was higher among those with higher incomes. Most of elderly physicians considered that they had aged successfully and were found significant and positive relationships between such evaluation with higher levels of happiness, resilience and higher income. Futures studies are needed to assess how the studied in the elderly physician population can be analyzed, both in relation to the general population and in younger physicians, as well among the different groups of aging doctors, to implement intervention strategies and preventive measures.