Nas últimas décadas a ciência vem se concentrando cada vez mais em tentar entender a influência dos genes no desempenho esportivo, conhecidos como genes candidatos. Um dos genes candidatos mais promissores é o que codifica a isoforma 3 da proteína -actinina (ACTN3), que apresenta relação com desempenho no que diz respeito à adaptação ao exercício, recuperação e risco de lesões. O objetivo deste estudo é verificar se o genótipo XX da região 577 do gene da ACTN3 está associado a uma maior incidência de lesões musculares em atletas de triatlo e futebol americano. Participaram da pesquisa 49 jogadores de futebol americano e 15 atletas de triatlo. Foi feita, com uso de swabs estéreis, a coleta das células da mucosa oral dos participantes e, posteriormente, a investigação do gene da ATCN3 por meio da PCR em tempo real. A análise dos dados foi feita através da estatística descritiva de médias e desvios padrões de lesões por ano de prática e a inferencial com o teste de Mann-Whitney para comprovar ou não diferenças significativas. Foram encontrados 20,41% dos genótipos RR, 57,14% RX e 22,45% XX no futebol americano e 40% RR, 40% RX e 20% XX nos atletas de triatlo. De acordo com nossos dados, não existem diferenças significativas para incidência de lesões musculares entre os RR e RX no futebol americano (P=0,2999) e no triatlo (P=0,1818). Em contrapartida há diferença significativa entre os XX (maior acometimento de lesões por ano de prática) e os RR+RX tanto no futebol americano (P<0,0001), quanto no triatlo (P=0,0088). De acordo com os dados, sugere-se que a configuração do polimorfismo da região 577 do gene da ACTN3 pode influir sobre a incidência de lesões musculares. Indivíduos homozigotos para o alelo X, por possuírem um aparato contrátil menos estável, mostraram-se mais suscetíveis a lesões musculares do que os indivíduos que apresentam o alelo R em sua configuração genotípica. Como há um número muito reduzido de publicações sobre o tema, justifica-se a necessidade da realização de novos experimentos.CAPESCNPqIn recent decades, science has been increasingly focusing on trying to understand the influence of genes on sports performance, known as candidate genes. One of the most promising candidate genes is the one that encodes protein-actinin isoform 3 (ACTN3), which is related to performance with regard to adaptation to exercise, recovery and risk of injury. The objective of this study is to verify whether genotype XX of region 577 of the ACTN3 gene is associated with a higher incidence of muscle injuries in triathlon and football players. 49 football players and 15 triathlon athletes participated in the research. With the use of sterile swabs, the oral mucosa cells were collected from the participants and, subsequently, the investigation of the ACTN3 gene through real-time PCR. Data analysis was performed using descriptive statistics of injury averages and standard deviations per year of practice and the inferential one with the Mann-Whitney test to prove or not significant differences. 20.41% of the RR genotypes, 57.14% RX and 22.45% XX were found in American football and 40% RR, 40% RX and 20% XX in triathlon athletes. According to our data, there are no significant differences in the incidence of muscle injuries between RR and RX in American football (P = 0.2999) and in triathlon (P = 0.1818). On the other hand, there is a significant difference between the XX (greater involvement of injuries per year of practice) and the RR + RX both in American football (P <0.0001) and in triathlon (P = 0.0088). According to the data, it is suggested that the configuration of the polymorphism of region 577 of the ACTN3 gene may influence the incidence of muscle injuries. Individuals homozygous for the X allele, because they have a less stable contractile apparatus, showed to be more susceptible to muscle injuries than the individuals that present the R allele in its genotypic configuration. As there is a very small number of publications on the subject, the need for new experiments is justified.