masterThesis
Efeito das técnicas de mobilização costal e liberação diafragmática na mobilidade diafragmática, cinemática toracoabdominal e variabilidade de frequência cardíaca em pacientes com DPOC : ensaio clínico randomizado
Efeito das técnicas de mobilização costal e liberação diafragmática na mobilidade do diafragma, cinemática toracoabdominal e variabilidade de frequência cardíaca em pacientes com DPOC : ensaio clínico randomizado
Autor
ROCHA, Helena Medeiros
Institución
Resumen
A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) apresenta comprometimento da mecânica ventilatória e repercussões no sistema nervoso autonômico. O objetivo desse estudo foi avaliar o efeito da associação das técnicas de mobilização costal e de liberação diafragmática sobre a mobilidade do diafragma, cinemática da caixa torácica, distância percorrida no teste de caminhada de seis minutos e variabilidade de frequência cardíaca de pacientes com DPOC. Critérios de elegibilidade: diagnóstico de DPOC, sedentários, idade entre 50 e 75 anos e clinicamente estável. Não participaram pacientes com doenças cardíacas, outras comorbidades respiratórias e IMC >30kg/m2. Participaram 14 pacientes com DPOC, alocados aleatoriamente em dois grupos: grupo mobilização costal e liberação diafragmática (TMC+TLD) e grupo liberação diafragmática (TLD). Este trabalho resultou em dois artigos originais. No primeiro artigo, a avaliação da variabilidade de frequência cardíaca através do cardiofrequencímetro foi realizada imediatamente antes e após a intervenção. Resultados: O grupo TLD reduzui a frequência cardíaca média de repouso em 5 bpm (p =0,03) enquanto o grupo TMC+TLD apresentou uma redução em 3bpm (p=0,07) imediatamente após a intervenção ao qual foram alocados. Quanto a variabilidade de frequencia cardíaca, houve aumento significativo na VFC no grupo TLD imediatamente após a intervenção com p = 0,04. Conclusão: uma única sessão da técnica de Liberação diafragmática gerou uma redução clinicamente importante na frequência cardíaca média de repouso e aumentou a variabilidade de frequência cardíaca em pacientes com DPOC. No segundo artigo, os pacientes receberam intervenção durante 6 sessões em dias alternados. Os voluntários foram avaliados em 4 momentos: antes da aleatorização (Pré) e após a primeira sessão (Pós1), após a 6ª sessão (Pós 6) e uma semana após a última sessão (Follow up). Os desfechos avaliados foram: cinemática toracoabdominal (pletismografia optoeletrônica), mobilidade diafragmática (ultrassonografia), distância percorrida no teste de caminhada de 6 minutos, pressões respiratórias máximas (manovacuometro) e percepção de melhora do paciente. Resultados: O grupo TMC+TLD apresentou diferença quanto a mobilidade diafragmática no Pós 1 (p=0,03), Pós 6 (p=0,04) e follow up (p=0,03); em relação a pressão inspiratória máxima no Pós 1 (p=0,02) e Pós 6 (p=0,02). Não foram observadas mudanças na distância percorrida do teste de caminhada de 6 minutos em nenhum dos grupos avaliados. Não houve diferença entre os grupos nos tempos avaliados para mobilidade diafragmática, pressões respiratórias e cinemática toracoabdominal. Conclusão: A associação da técnica de mobilização costal e mobilização diafragmática é capaz de aumentar a mobilidade do diafragma e a pressão inspiratória máxima. Contudo, é relevante ponderar, não há evidência neste estudo para recomendar estas intervenções com a finalidade de ganho de mobilidade da caixa torácica em pacientes com DPOC. Novos estudos com foco na mobilização costal associada ao alongamento dos músculos respiratórios em diferentes graus de severidade devem ser realizados com o objetivo de elucidar as respostas da mecânica respiratória em relação ao estadiamento da DPOC. FACEPE Chronic obstructive pulmonary disease (COPD) presents with impairment of ventilatory mechanics and repercussions on the autonomic nervous system. The objective of this study was to evaluate the effect of the association of costal and diaphragmatic mobilization techniques on diaphragm mobility, chest wall kinematics, distance walked without the 6-minute walk test, and autonomic control of COPD patients. Eligibility criteria: diagnosis of COPD, sedentary, age between 50 and 75 years and clinically stable. Patients with heart disease, other respiratory comorbidities and BMI> 30kg / m2 were not included. A total of 14 patients with COPD were randomly assigned to two groups: costal mobilization and diaphragmatic release (CMT+ DRT) and diaphragmatic release group (DRT). This work resulted in two original articles. In the first article, the evaluation of cardiac frequency variability through the cardiofrequencymeter was performed immediately before and after the intervention. Results: The DRT group reduced the mean resting heart rate by 5 bpm (p = 0.03) while the CMT+ DRT group showed a reduction of 3bpm (p=0.07) immediately after the intervention to which they were allocated. Regarding heart rate variability, there was a significant increase in HRV in the DRT group immediately after the intervention with p=0.04. Conclusion: A single session of the diaphragmatic release technique generated a clinically important reduction in mean resting heart rate and increased heart rate variability in patients with COPD. In the second article, patients received intervention for 6 sessions. The volunteers were evaluated in 4 moments: before the randomization (Pre) and after the first session (Post 1), after the 6th session (Post 6) and one week after the last session (Follow up). The outcomes evaluated were: thoracoabdominal kinematics (optoelectronic plethysmography), diaphragmatic mobility (ultrasonography), distance walked in the 6-minute walk test, maximal respiratory pressure (manovacuometer) and perception of patient improvement. Results: The CMT+ DRT group presented a difference in diaphragmatic mobility in Post 1 (p = 0.03), Post 6 (p = 0.04) and follow up (p = 0.03); in relation to the maximum inspiratory pressure in Post 1 (p = 0.02) and Post 6 (p = 0.02). No changes were observed in the walked distance of the 6-minute walk test in any of the groups evaluated. There was no difference between the groups at the times evaluated for diaphragmatic mobility, respiratory pressures and thoracoabdominal kinematics. Conclusion: The association of the technique of costal mobilization and diaphragmatic mobilization is capable of increasing the mobility of the diaphragm and maximal inspiratory pressure. However, it is relevant to consider, there is no evidence in this study to recommend these interventions for the purpose of gaining chest wall mobility in patients with COPD. New studies focusing on costal mobilization associated with stretching of respiratory muscles at different degrees of severity should be performed to elucidate the responses of respiratory mechanics in relation to staging of COPD.