Este estudo analisa as estratégias de resistência individuais e coletivas desenvolvidas pelos operadores de teleatendimento do estado de Pernambuco frente à intensificação do trabalho e a relação deste segmento de classe com a organização sindical da categoria, o Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicações (SINTTEL-PE), no contexto da reestruturação produtiva, das novas formas de exercício do controle e gerenciamento da força de trabalho, bem como da reconversão do sindicalismo brasileiro. O objetivo é compreender a relação entre o sindicato e os operadores de teleatendimento nos processos de luta cotidiana e da construção de estratégias de enfrentamento à exploração da força de trabalho. Com isto, a presente investigação parte de algumas inquietações, sobretudo pelo fato das centrais de teleatividades incorporarem nas rotinas de trabalho formas atuais e sofisticadas de gestão da força de trabalho com vistas à sua intensificação, enquanto que o sindicato, por sua vez, continua com as pautas que giram quase que exclusivamente em torno da melhoria de salários e de benefícios, revelando um apego às formas conciliadoras de reivindicação e de luta. No que concerne ao método de investigação e de exposição, esta pesquisa vincula-se ao referencial teórico-metodológico do materialismo histórico-dialético. Em termos procedimentais, realizou-se revisão bibliográfica e análise documental em jornais e sites locais. No que concerne à pesquisa de campo, realizou-se entrevistas semiestruturadas com quatro trabalhadoras para apontar as atuais formas de gerenciamento da força de trabalho elaborada pelas empresas em Pernambuco e as formas de resistência elaboradas por elas em seu cotidiano de trabalho e com uma dirigente sindical para entender de que forma ela compreende os processos mais gerais do mundo do trabalho e os impactos para a organização sindical, bem como entender a história do movimento dos trabalhadores de teleatendimento em Pernambuco. Diante desse cenário, apreende-se que os operadores de teleatendimento estão diariamente se colocando disponíveis para o confronto e construindo estratégias criativas, espontâneas e cotidianas, mas estas são interpretadas pelos trabalhadores pelo viés moral, posto que não se revestem de um caráter político dada a ausência de um processo contínuo de educação política, atestando um distanciamento entre a representação sindical e os trabalhadores em teleatendimento em Recife.This study analyzes the strategies of individual and collective resistance developed by the teleattendance operators of the state of Pernambuco in the face of the intensification of the work and the relationship of this class segment with the category, the Union of Telecommunications Workers (SINTTEL-PE), in the context of productive restructuring, new ways of exercising the control and management of the workforce, as well as the conversion of Brazilian syndicalism. The objective is to understand the relationship between the union and the operators of teleattendance in the processes of daily struggle and the construction of strategies to face the exploitation of the labor force. With this, the present investigation stems from some concerns, mainly due to the fact that the teleactivity centers incorporate in the work routines current and sophisticated forms of workforce management with a view to its intensification, while the union, in turn, continues with the guidelines that revolve almost exclusively around the improvement of wages and benefits, revealing an attachment to the conciliatory forms of claim and struggle. As regards the method of investigation and exposure, this research is linked to the theoretical-methodological reference of dialectic-historical materialism. In procedural terms, bibliographic review and documentary analysis were performed in local newspapers and websites. As far as field research is concerned, semi-structured interviews were conducted with four workers to point out the current forms of workforce management elaborated by companies in Pernambuco and the forms of resistance elaborated by them in their daily work and with a union leader to understand how she understands the more general processes in the world of work and the impacts on the union organisation, as well as understand the history of the movement of teleattendance workers in Pernambuco. Faced with this scenario, it is understood that the teleattendance operators are daily making themselves available for confrontation and building creative, spontaneous and everyday strategies, but these are interpreted by the workers by the moral bias, since they do not have a political character given the absence of a continuous process of political education, attesting a distance between union representation and workers in teleattendance in Recife.