masterThesis
Efeito da mobilização miofascial das cadeias fisiológicas do tronco sobre a dor, qualidade de vida e capacidade funcional de pacientes com fibromialgia comparado com alongamento muscular: ensaio clínico controlado randomizado
Autor
SCHULZE, Nina Bretas Bittar
Institución
Resumen
A mobilização miofascial vem sendo utilizada como intervenção para pacientes com fibromialgia (FM) por atuar sobre as vias nociceptivas ascendentes possivelmente envolvidas no processo da sensibilização central, modulando a experiência da dor. Entretanto, ainda existe uma lacuna da sua eficácia quando comparada com outra abordagem hands on, visto que a terapia manual possui efeitos inespecíficos, como o placebo. Desta forma, este trabalho teve como objetivo verificar o efeito da mobilização miofascial das cadeias fisiológicas do tronco sobre a dor, qualidade de vida e capacidade funcional de pacientes com FM comparado com alongamento muscular passivo e controle. Trata-se de um ensaio clínico controlado randomizado, cego para avaliadores e estatístico, composto por pacientes diagnosticados com FM que obedeceram aos critérios de elegibilidade. Foram realizadas 8 sessões (1x/semana) de mobilização miofascial da cadeia estática posterior e da cadeia de flexão do tronco no Grupo Mobilização (GM), 8 sessões (1x/semana) de alongamento muscular no Grupo Alongamento (GA) e 4 consultas de acompanhamento com reumatologista no Grupo Controle (GC). As avaliações foram realizadas em 4 momentos: baseline, após 4 e 8 semanas e no follow-up (1 mês), com os seguintes instrumentos: escala visual analógica da dor, índice de dor generalizada, questionário de impacto da FM, escala de percepção global de mudança e diário de medicamentos para dor. Para análise estatística foram utilizados os testes de Qui-Quadrado ou Exato de Fisher, ANOVA com Post Hoc de Tukey (distribuição normal) ou Kruskal Wallis com comparação múltipla de Dunn's (não normal) e modelo de regressão linear misto. No total, 38 pacientes com média de idade de 45,92 (± 9,01) foram randomizados, sendo 13 pertencentes ao GM, 13 ao GA, e 12 ao GC. Foi encontrada diferença significativa no escore total do impacto da FM entre o GM e GC, após 4 (Δ = -21,07; IC = -41,65; -0,49; p = 0,044) e 8 semanas (Δ = -33,91; IC = -52,87; -14,97; p < 0,001) e no follow-up (Δ = -20,53; IC = -40,7; -0,36; p = 0,045). Após 8 semanas, também foi encontrada diferença significativa na intensidade da dor entre os grupos GM e GC (Δ = -2,75; IC = -4,97; -0,53; p = 0,012) e entre o GM e GA (Δ = -2,47; IC = -4,75; -0,21; p = 0,030). Diante do exposto, a mobilização miofascial apresentou efeito significativo e clinicamente importante sobre a melhora da dor comparada ao alongamento e ao controle, assim como sobre a melhora da percepção do impacto da FM comparada ao controle. CAPES Myofascial release has been used as an intervention for patients with fibromyalgia (FM) because it acts on ascending nociceptive pathways possibly involved in the central sensitization process, modulating the pain experience. However, there is still a gap in its efficacy when compared to another hands-on approach, since manual therapy has nonspecific effects, such as placebo. The aim of this study was to verify the effect of the myofascial release of the trunk physiological chains on the pain, quality of life and functional capacity of FM patients compared to passive muscle stretching and control. It is a randomized controlled trial, blind for evaluators and statistician, composed of patients diagnosed with FM who met the eligibility criteria. Eight sessions (1x / week) of myofascial release of the posterior static chain and the trunk flexion chain were performed in the Mobilization Group (MG), 8 sessions (1x / week) of muscle stretching in the Stretching Group (SG) and 4 medical appointments with a rheumatologist in the Control Group (CG). The evaluations were performed in four moments: baseline, after 4 and 8 weeks and at the follow-up (1 month), with the following instruments: visual analog pain scale, generalized pain index, FM impact questionnaire, perception scale global change and diary drugs for pain. For statistical analysis, Chi-square or Fisher's exact tests were used for the categorical variables; and ANOVA with Post Hoc of Tukey (normal distribution) or Kruskal Wallis with multiple comparison of Dunn's (nonnormal) and mixed linear regression model for the quantitative variables. In total, 38 patients with a mean age of 45.92 (± 9.01) were randomized, 13 of whom were MG, 13 were SG, and 12 were CG. A significant difference was found in the total FM impact score between MG and CG, after 4 (Δ = -21.07, CI = -41.65, -0.49, p = 0.044) and 8 weeks (Δ = 33.91, CI = -52.87, -14.97, p <0.001) and at follow-up (Δ = -20.53, CI = -40.7, -0.36, p = 0.045). After 8 weeks, a significant difference in pain intensity between the MG and CG groups (Δ = -2.75, CI = -4.97, -0.53, p = 0.012) and between MG and SG ( Δ = -2.47, CI = -4.75, -0.21, p = 0.030). In view of the above, myofascial release presented a significant and clinically important effect on pain improvement compared to stretching and control, as well as on the improvement of FM impact perception compared to control.