masterThesis
Do truque à imersão: o uso do 3D em Disque M para matar (1954) e Gravidade (2013)
Autor
DURAND, Priscila Barbosa
Institución
Resumen
O presente trabalho percorre a história do cinema 3D estereoscópico em seus aspectos técnicos, estéticos e tecnológicos. A partir da construção desse contexto, e através de um recorte temporal, buscou-se compreender o que mudou na mise-en-scène dos filmes em 3D estereoscópicos da década de 1950 para a atualidade. Partimos do pressuposto de que o uso do 3D efetivamente mudou muito. Para tal estudo, foi selecionado dois filmes estereoscópicos, sendo um representante de cada período histórico escolhido: Disque M para Matar (1953) e Gravidade (2013). Através de uma análise detalhada, procuramos apontar os principais usos da mise-en-scène de cada filme, bem como investigar minuciosamente os padrões de continuidade e mudança estilística significativos – isto é, compreender como os cineastas empregaram, e ainda empregam, as técnicas estereoscópicas dentro da encenação cinematográfica. Para alcançar o objetivo da pesquisa, o conceito de mise-en-scène foi empregado como operador metodológico, primordialmente, pelo viés do teórico David Bordwell, que se preocupa em contar a história da encenação em profundidade através de uma historiografia estilística. Por fim, conclui-se, através de uma análise estilística individual/comparativa de cada filme, que o uso do 3D sofreu mudanças estilísticas reais, em parte por conta dos avanços tecnológicos, propiciando a construção de esquemas visuais com muito mais profundidade de campo e movimentações de câmera mais imersivos do que na década de 50. Por isso, podemos afirmar que o efeito 3D deixou de ser um mero truque usado nos anos 50 para se tornar um efeito visual que ajuda a posicionar o espectador ainda mais imerso na narrativa. FACEPE The present work covers the history of stereoscopic 3D cinema combined with its technical, aesthetic and technological aspects. Thus, in view of this context, through a temporal cut, it is sought to understand the problematic of what was the mise-en-scène of stereoscopic 3D films in the 1950's and how they are today, defending the assumption that the use of 3D changed. For this study, two stereoscopic films were selected to represent each chosen historical period, which are Dial M for Murder (1953) and Gravity (2013). In this sense, the objective of this research is to point out the main phenomena of the mise-en-scène of each film, as well as investigate the patterns of continuity and significant stylistic change in detail. That is, how filmmakers through choices of representation at different times have employed and still employ stereoscopic techniques within the cinematographic staging. In order to achieve the objective of the research, the concept of mise-en-scène was used as methodological operator, primarily by the theorists David Bordwell, in which the author is concerned to tell the story of the staging in depth through a stylistic historiography. The author also calls this research a mid-level research. This research within the contemporary theory of cinema is tied to the empirical analysis of its objects. Finally, it is concluded, through an individual/comparative stylistic analysis of each film, that the use of 3D has changed, at least because of the technological advances, providing schemes with much more depth of field and camera movements more immersive than in the 1950s. Thus, the 3D effect ceases to be a mere trick used in the 1950s to become an effect that puts the viewer even more immersed in the narrative.