masterThesis
Felicidade individual(ista) e coletiva : uma análise da Psicologia Positiva
Autor
SILVA, Hudson Felipe Peres da
Institución
Resumen
Nunca antes esteve a felicidade tão em voga, a ponto da ciência torná-la objeto de estudo. Analisa-se suas relações com o mundo do trabalho, com os cuidados da saúde, da importância para a educação ou das relações com a política, sem falar no apelo que exerce para o consumo de serviços e produtos, de modo que é evidente o peso que ela assume nos modos de vida contemporâneos. A felicidade já é juridicamente reconhecida como um direito e é um conceito incorporado à noção de cidadania, enquanto culturalmente constitui quase um dever ético. Dentro desse panorama, a recém-nascida psicologia positiva desperta interesse em virtude do seu aparente uso instrumental da felicidade e valorização do indivíduo. De modo geral, tem-se a impressão que nos últimos tempos a saída passa pelo abandono das utopias coletivas em favor das teodiceias individuais. O objetivo deste trabalho é tentar formular uma possível abordagem da felicidade pensada como categoria sociológica, a partir da apreciação da concepção de felicidade segundo a psicologia positiva, que faz parte das práticas terapêuticas modernas, com o objetivo da promoção do bem-estar individual, que surgem nas últimas décadas, ao passo que a modernidade avança e em meio a ideologia individualista. Tendo como mote a relação com a hegemonia da ideologia individualista, posta em marcha com a adoção do projeto moderno, partimos da hipótese de que a psicologia positiva, mais que uma virada epistêmica, mantém uma forte relação com as transformações na estrutura psíquica dos atores sociais acionadas pelas mudanças socioculturais e as mudanças sociopolíticas que ocorreram ao longo do avanço da modernidade, encontrando um terreno fértil cultivado pelo individualismo. CAPES Nowadays happiness has been so mainstream to the point of science making it object of study. It is analyzed in its relation with the worksphere, healthcare, its importance for education or relations with politics, not to mention the appeal it makes for the consumption of services and products, so it is evident the weight it assumes in contemporary ways of life. Happiness is already legally recognized as a right and is a concept incorporated into the notion of citizenship, while culturally constitutes almost an ethical duty. Within this panorama, the newborn positive psychology arouses interest in view of its apparent instrumental use of happiness and appreciation of individual. In general, it remains the impression that in recent times the way out is the abandonment of collective utopias in favor of individual theodicy. The objective of this work is to formulate a possible approach to happiness according to positive psychology, which is part of modern therapeutic practices, with the goal of promoting individual well-being, which appear in the last decades as modernity advances and amid individualistic ideology. Taking as its motto the relation with the hegemony of the individualism, put in march with the adoption of the modern project, we start from the point that positive pschology, more than an epistemic turn, maintains a strong relation with the transformations in the psychic structure of the social actors triggered along the advance of modernity, finding a fertile ground cultivated by individualism.