masterThesis
Avaliação de sinovite subclínica em articulações de punhos e mãos por ultrassonografia doppler em pacientes com lúpus eritematoso sistêmico
Registro en:
ANDRADE, Carolina Albanez de Albuquerque da Cunha. Avaliação de sinovite subclínica em articulações de punhos e mãos por ultrassonografia doppler em pacientes com lúpus eritematoso sistêmico. 2019. Dissertação (Mestrado em Ciências da Saúde) – Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2019.
Autor
ANDRADE, Carolina Albanez de Albuquerque da Cunha
Institución
Resumen
O acometimento articular no lúpus eritematoso sistêmico (LES) está presente em até 95% dos pacientes durante todo o curso da doença. Tem sido demonstrado pela ultrassonografia (USG) sinovite e tenossinovite em pacientes com LES, mesmo naqueles sem sintomas musculoesqueléticos. A prevalência dessas alterações ultrassonográficas ainda não é totalmente conhecida, bem como o papel da USG nos pacientes assintomáticos. O estudo teve como objetivo determinar as alterações articulares e de tendões pela USG com Power Doppler (PD) em punhos e mãos de pacientes com o diagnóstico de LES e comparar os achados entre pacientes sintomáticos e assintomáticos. Foi realizado um estudo transversal que avaliou através da USG a escala de cinza (EC) e PD das articulações de punhos, metacarpofalangeanas da 1ª a 5ª e interfalangeanas proximais da 1ª a 5ª, bilateralmente e os tendões extensores dos dedos, de 41 pacientes com LES, sendo 25 pacientes no grupo assintomático (sem sinais ou sintomas articulares) e 16 no sintomático (com artralgia e/ou artrite). A EC e o PD foram avaliados através da escala semiquantitativa (grau 0-3). Foi definido como alteração patológica na USG, tanto na sinovite como na tenossinovite, pacientes que apresentassem EC ≥2 ou PD ≥1. As alterações na USG foram correlacionadas com os índices de atividade de doença pelo SLEDAI, fadiga pelo FSS, qualidade de vida pelo SLEQoL e a positividade de FR e anti CCP. Foram avaliados 41 pacientes consecutivos, sendo 97,6% do sexo feminino com média de idade de 40,41±9,68 anos e tempo de diagnóstico de 9,61±6,76 anos. A presença de USG patológica foi descrito em 65,9% da amostra, 93,9% no grupo sintomático e 48% no grupo assintomático, com diferença estatística (p=0,003). Sinovite (EC≥1) foi encontrada em 90,2% pacientes, EC ≥ 2 em 51,2% e o PD em 65,9% da amostra. A tenossinovite considerada patológica foi encontrada em 43,9% da amostra, 68,8% do grupo sintomático e 28% do grupo assintomático (p=0,010). Na amostra estudada a tenossinovite (EC≥1) dos extensores dos dedos foi encontrada em 80,5% pacientes, entretanto quando avaliado EC ≥ 2 a frequência reduziu para 24,4% dos pacientes. Erosão esteve presente em 53,6% da amostra e o fator reumatoide e o anti-CCP foram positivos de forma simultânea em 7,3% da amostra, todos no grupo sintomático. Não houve associação do índice de atividade de doença, fadiga e qualidade de vida com a presença de alteração patológica articular ou tendínea. As alterações consideradas patológicas na USG tiveram frequência menor para sinovite e tenossinovite no grupo assintomático (48% e 28%) quando comparados com o grupo sintomático (93,8% e 68,8%), respectivamente. Joint involvement in systemic lupus erythematosus (SLE) is present in up to 95% of patients throughout the course of the disease. It has been demonstrated by ultrasonography (US) synovitis and tenosynovitis in patients with SLE, even in asymptomatic patients. The prevalence of these ultrasound alterations is not yet fully known, as well as the role of US in asymptomatic patients. The aim of the study was to determine the joint and tendon changes by US with PD in the wrists and hands of patients with SLE, comparing the findings between symptomatic and asymptomatic patients. We performed a cross-sectional study that evaluated gray scale (GS) and power Doppler (PD) by US of the wrist joints, metacarpophalangeal joints from 1st to 5th, proximal interphalangeal joints bilaterally and the extensor tendons of the fingers, of 41 patients with SLE, 25 was asymptomatic patients (without joint signs or symptoms) and 16 was symptomatic patients (with arthralgia and / or arthritis). GS and PD were assessed using the semi-quantitative scale (grade 0-3). Pathological alteration on synovitis and tenosynovitis was considered at US with GS ≥2 or PD ≥1. Presence of global GS and PD was also evaluated. Changes in US were correlated with disease activity indices by SLEDAI, fatigue by FSS, quality of life by SLEQoL and positivity of serum rheumatoid factor (RF) and anti-CCP. Forty-one consecutive patients were evaluated, 97.6% female with a mean age of 40.41 ± 9.68 years and time from diagnosis of 9.61 ± 6.76 years. The presence of pathological US was described in 65.9% of the sample, 93.9% in the symptomatic group and 48% in the asymptomatic group, with statistical difference (p = 0.003). Synovitis (GS≥1) was found in 90.2% of patients, GS ≥2 in 51.2% and PD in 65.9% of the sample. Pathological tenosynovitis was found in 43.9% of the sample, 68.8% in the symptomatic and 28% in the asymptomatic group (p = 0.010). In the sample studied, tenosynovitis of finger extensors (GS≥1) was found in 80.5% of patients, however when GS ≥ 2 was evaluated, the frequency was 24.4% of patients. Erosion was found in 53.5% and RF and anti-CCP were positive in 7.3% of the sample. There was no association between disease activity index, fatigue and quality of life with joint or tendon pathological changes. Pathological changes on US were less frequent for synovitis and tenosynovitis in the asymptomatic group (48% and 28%) when compared to the symptomatic group (93.8% and 68.8%), respectively.