masterThesis
A estetização da política na performance de Madonna
Autor
LIMA, Mariana Lins
Institución
Resumen
A pesquisa tem como propósito discutir de que formas a estetização das performances da cantora norte-americana Madonna permite a emergência de nuances políticas, ancoradas na ficcionalidade característica da cultura pop. Para isso, tomamos como eixo a questão do feminino na obra da artista, compreendendo que, a partir de sua concepção de gênero, seja viável apontar um fazer político cuja narrativa negocia com o sexo, a religião, o queer e as práticas da indústria fonográfica em relação às mulheres. De início, situamos historicamente a música popular massiva, cartografando sua formação, a fim de entender o contexto em que surge a figura de Madonna. Destacamos, então, as performances das canções Papa don’t preach (1987) e Like a virgin (2012) para uma reflexão sobre os dois corpos femininos representados em ambas e as implicações políticas de cada um; as performances que tangenciam as temáticas sexual e religiosa, como La isla bonita (1987), Like a prayer (1989) e Holy water (2015), oferecendo um diálogo possível com a estética camp e o movimento barroco; e a performance da artista no aplicativo de rede social Instagram, em defesa dos princípios comerciais da indústria. Procuramos, por meio das análises, identificar o modo como a articulação entre estética e política se opera nas performances de Madonna, encontrando ao mesmo tempo contradições e linhas de fuga que oferecem modos de sentir e habitar o mundo. FACEPE This research aims to discuss how the performances’ aesthetics of American singer Madonna allows the emergence of political nuances, anchored in the typical pop culture fictionality. We therefore take as an axis the women’s role in Madonna’s work, acknowledging, from her gender conception, a way of doing politics through narratives that are able to negotiate with sex, religion, queer and the music industry practices towards female artists. At first, we have historically placed popular music, mapping out its foundation, so that we can understand the context in which Madonna’s figure has emerged. Then we highlight the performances of both songs Papa don’t preach (1987) and Like a virgin (2012) in order to think about the two different female bodies represented there and the political implications of each one; we also analyze performances regarding to sex and religious themes, such as La isla bonita (1987), Like a prayer (1989) and Holy water (2015), where we find a possible dialogue with the camp aesthetics and also with the Baroque; ultimately we analyze Madonna’s online performance on social networking platform Instagram, in defense of music industry’s business principles. We seek to identify, through the analysis, how the articulation between aesthetics and politics operates in Madonna’s performances, offering us a bunch of contradictions and also escape lines through which we can find other ways of feeling and inhabiting the world.