masterThesis
O que é um autor na reportagem : diálogos entre ética, singularização e pontos de vista no discurso jornalístico
Registro en:
DINIZ, Amanda Tavares de Melo. O que é um autor na reportagem: diálogos entre ética, singularização e pontos de vista no discurso jornalístico. 2018. Dissertação (Mestrado em Comunicação) – Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2018.
Autor
DINIZ, Amanda Tavares de Melo
Institución
Resumen
Campo historicamente associado à representação simbólica do real, o jornalismo alicerçou suas práticas nos procedimentos da objetividade, precisão e da primazia do factual. Essa orientação cientificista, inspirada pela corrente positivista, defende o apagamento das marcas de subjetividade nos textos jornalísticos. Sabemos, contudo, que onde há discurso, há pontos de vista, há formas singulares de enxergar os acontecimentos. Sendo assim, nosso objetivo é investigar como o jornalista se singulariza enquanto autor na reportagem, conciliando os códigos da escrita jornalística com o caráter ético e irrepetível de sua expressão. Como referenciais teóricos, mobilizamos os estudos de Foucault (2001), Bakhtin (2003), Amorim (2008) e Maingueneau (2008). Argumentamos que a autoria se manifesta no discurso jornalístico por meio de certas modulações, de estratégias discursivas que legitimam a fala e a imagem do autor perante o público. A partir disso, discutimos como o exercício da autoria influencia as propriedades temáticas, estilísticas e composicionais da reportagem, possibilitando o aparecimento do gênero reportagem de autor. Nas análises, articulamos essas duas perspectivas: primeiramente, verificamos a aplicabilidade das hipóteses de autoria às atuações profissionais de três repórteres: Daniela Arbex, Fabiana Moraes e Natália Viana, autoras das obras Holocausto Brasileiro, O nascimento de Joicy e São Gabriel e seus demônios, respectivamente. Em seguida, analisamos como cada texto apresenta as características da reportagem de autor, a partir de um diálogo entre as contribuições de Bakhtin (2003), Fiorin (2011) e Kramer (1995). FACEPE Professional field historically related to the symbolic representation of reality, journalism based its practices on the procedures of objectivity, accuracy and the primacy of the factual. This scientific orientation, inspired by the ideals of Positivism, argues for the erasure of subjectivity marks on journalistic texts. It’s well-known, however, that where exists discourse, exist also points of view, singular ways of seeing events. Thus, our objective is to understand how a journalist singles out as an author in the reportage, reconciling the codes of journalistic writing with the ethical and unrepeatable character of his expression. As theoretical foundation, we employ the studies of Foucault (2001), Bakhtin (2003), Amorim (2008) and Maingueneau (2008). We argue that authorship manifests itself in journalistic discourse through some modulations, some discursive strategies to make the speech and the image of the author legitimate among its public. Next, we discuss how the exercise of authorship influences the thematic, stylistic and formal properties of the reportage, making possible the appearance of a genre we called “the author’s reportage”. In our analysis, we associate these two perspectives: at first, we verified the applicability of the authorship’s hypothesis to the work of three reporters: Daniela Arbex, Fabiana Moraes and Natália Viana, authors of Holocausto Brasileiro, O nascimento de Joicy and São Gabriel e seus demônios, respectively. Then, we examined how each text shows the characteristics of the genre the author’s reportage, based on a dialogue between the researches of Bakhtin (2003), Fiorin (2011) and Kramer (1995).